da Redação

Seja qual for o seu desfecho, o processo enfrentado atualmente pela Microsoft vai redefinir o mercado de informática. A maior empresa de software do planeta, propriedade de Bill Gates, o homem mais rico do mundo, enfrenta o governo dos EUA e 20 Estados daquele país numa das maiores ações antitruste da história.
Uma das maiores, mas não a primeira. Há pelo menos dois antecedentes históricos. Em 84, a AT&T (telecomunicações) foi obrigada a se desmembrar em sete companhias regionais e uma de longa distância. Em 82, o governo dos EUA encerrou um processo de 13 anos contra a IBM. Não conseguiu desmantelar a empresa, mas ela saiu desgastada da longa batalha.
A Microsoft tem hoje um controle ainda maior sobre seu mercado do que a AT&T e a IBM tiveram em seu auge. Seu alcance é mundial, e seu sistema operacional (programa que controla as funções básicas do computador), o Windows, está em 90% dos microcomputadores (PCs). Ao contrário das duas outras gigantes, a Microsoft tem negócios em dezenas de áreas além de software, que vão de satélites a TV.
A principal acusação é de que a empresa usaria seu domínio sobre o mercado de sistemas operacionais para estender o monopólio a outras áreas, particularmente a Internet.
O comportamento de Gates não tem ajudado muito sua empresa. Sua recusa em testemunhar pessoalmente tem sido muito criticada. Foi apelidado de "testemunha virtual", devido a seus evasivos depoimentos em vídeo -um deles chegou a arrancar gargalhadas do juiz Thomas Penfield Jackson.
A aquisição da Netscape pela America Online, na última quarta-feira, modificou o cenário, criando uma empresa com potencial para incomodar a Microsoft no mercado de Internet. A AOL, maior provedor de acesso à rede do mundo, e a empresa de software pretendem criar aparelhos simplificados de acesso à Internet -alternativas baratas aos PCs e ao Windows.
(MARIA ERCILIA)



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