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CARROS
Ipea afirma que solução para a indústria é redução de preços
Regime automotivo causou aumento de 25% nos preços
OSWALDO BUARIM JR.
da Sucursal de Brasília
O regime automotivo brasileiro,
em vigor desde janeiro de 1996, resultou em preços 25% acima do
que deveriam custar os carros nacionais se nenhum sistema de proteção à produção nacional de carros fosse adotado.
A conclusão é do Ipea (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada),
que acompanha o desempenho da
indústria automobilística no Brasil
desde 1993.
Esse preço adicional pago pelo
consumidor brasileiro é resultado
das diversas barreiras tarifárias e
não tarifárias que compõem o regime automotivo.
Com esse diferencial de preços, o
custo do regime automotivo para o
consumidor será de aproximadamente R$ 35,6 bilhões, valor estimado até o fim de 1999.
Uma parte dessa perda reverterá
em ganhos para os produtores, e
outra parte (pouco mais de 10%)
em ganhos para o governo, que arrecada impostos.
Com a concorrência dos importados, os preços dos carros nacionais começaram a cair em julho de
1993, o que levou à aceleração do
aumento da produtividade, resultado da reorganização da mão-de-obra e da redução do custo de produção pela importação de autopeças.
O Ipea usou em sua pesquisa dados do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), que detectou crescimento da produtividade física (número de operários
por carro fabricado) e decréscimo
do número de horas pagas na indústria.
Esse diferencial de preços, segundo o coordenador da pesquisa
sobre a indústria automobilística
no Ipea, João Alberto De Negri, indica que houve um aumento injustificado da margem de lucro das
montadoras.
Segundo ele, os dados demonstram que a saída para a crise de
vendas do setor, que acumula mais
de 200 mil veículos nos pátios das
fábricas, é a redução de preços e
não a demissão de empregados.
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