São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

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MERCADO MUNDIAL

Segundo consultoria, investimentos em papéis de Brasil, Índia, Turquia e Indonésia tiveram o maior retorno

Emergentes batem países ricos pelo 4º ano

LUCIANA COELHO
DE NOVA YORK

Pelo quarto ano consecutivo, os mercados emergentes tiveram um desempenho superior ao dos mercados de países desenvolvidos, segundo relatório da Emerging Portfolio Funds Research. Para o grupo de pesquisa, os maiores destaques foram Brasil, Índia, Turquia e Indonésia.
"A menos que algo importante e inesperado ocorra nos próximos dias, será a quinta vez que isso ocorre nos últimos seis anos", diz o relatório da consultoria.
Como região, o destaque, segundo a consultoria, é a América Latina. Embora tenha atraído menos investidores do que a Ásia, foi ela foi a que produziu os melhores retornos no ano. O desempenho já produziu efeitos.
Como um todo, os mercados emergentes globais iniciarão o ano com 51,4% de seu capital alocado em ações asiáticas, a menor exposição desde junho de 2003.
O movimento ilustra uma tendência. Mais do que no passado, os fundos emergentes diversificaram suas carteiras em 2004 para melhor aproveitar a variação de performance dos diferentes papéis, afirma a EPFR.
Com isso, de janeiro ao início de dezembro, alguns fundos chegaram a oferecer um retorno de 30% a seus cotistas, contra um rendimento médio de 16,5% dos 139 fundos emergentes acompanhados pelo grupo.

Posições vencedoras
Mais do que ganhar com posições nos mercados do Brasil, da Índia, da Indonésia, da Turquia e do Egito, saíram vencedoras as carteiras que evitaram Rússia, Taiwan e México.
O relatório também destaca os países da Europa Central, onde os investimentos registraram retornos entre 50% e 85%, e os da Indonésia, que puxaram os ganhos da Ásia com retornos de 40%.
Para o início de 2005, a perspectiva dos administradores do fundo mudou consideravelmente em relação a um ano antes.
A Coréia do Sul ganhou um pouco mais de espaço como destino favorito, enquanto a África do Sul está superando o Brasil e Taiwan como segundo principal mercado, aumentando sua participação média nas carteiras em dois pontos percentuais, para 11.5%. Índia e Tailândia, apesar dos bons rendimentos, também devem perder investidores para a Indonésia e o Egito.
O horizonte se mostra favorável. "Os administradores de fundos emergentes, em geral, estão otimistas para 2005, sobretudo por causa da valorização relativamente baixa dos emergentes como um todo no ano que termina, a melhora da posição fiscal de vários dos países e o forte crescimento econômico puxado pelo crescimento da demanda doméstica", afirma o texto.

Brasil
Há poucos dados específicos sobre o Brasil no relatório, mas a EPFR ressalta o crescimento das exportações como grande atrativo do país, afirmando que o setor deve continuar acelerando no próximo ano.
"Os administradores de fundos começaram a comprar ações brasileiras nos últimos meses apostando que o aumento do salário mínimo alimentaria a demanda doméstica, que, por sua vez, consolidaria o crescimento sustentável", afirma o texto.
Para a consultoria, as ações do Brasil continuam atraentes para o próximo ano, com uma relação custo-retorno menor do que as do México e do Chile, os dois principais "concorrentes" na região.

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