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SUCO
Produtor nos EUA quer sobretaxa
Exportadores rebatem acusação de dumping
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A acusação dos produtores norte-americanos de que os fabricantes brasileiros de suco de laranja
estão praticando dumping é improcedente e compromete a
agenda conjunta dos dois países
para potencializar esse mercado.
A posição é da Abecitrus (associação dos exportadores de cítricos).
Anteontem, produtores de laranja e processadores de suco da Flórida (EUA) requereram ao governo americano que o produto brasileiro seja sobretaxado.
O suco de laranja brasileiro hoje
já paga taxas para entrar em território americano: uma tarifa de
importação de US$ 418 por tonelada de suco concentrado e outra,
imposta pelo Estado da Flórida,
de US$ 13 por tonelada.
A petição de anteontem acusa
os brasileiros de venderem suco
concentrado congelado nos EUA
a preços 37% menores que os de
custo. Para o presidente da Abecitrus, Ademerval Garcia, "é evidente que esse dumping não existe". "Nossa posição é: cabe a eles
provar. Estamos falando da maior
indústria de suco de laranja do
mundo. Não somos amadores".
Brasil e Estados Unidos produzem 90% do suco de laranja do
mundo. "Queríamos desenvolver
em conjunto aspectos como propaganda institucional e combate a
pragas", disse Garcia. "Essa é a
grande perda desse processo".
Para alguns especialistas, o pedido foi feito porque o consumo
de suco de laranja pelos americanos está caindo. A sobretaxa ao
produto brasileiro seria uma forma de restringir a oferta.
A partir do pedido de anteontem, o governo americano vai
analisar se existe dumping ou
não. Se for instituída uma sobretaxa, o Brasil pode pedir abertura
de um painel na OMC (Organização Mundial do Comércio) para
discutir a questão.
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