São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

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SUCO

Produtor nos EUA quer sobretaxa

Exportadores rebatem acusação de dumping

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A acusação dos produtores norte-americanos de que os fabricantes brasileiros de suco de laranja estão praticando dumping é improcedente e compromete a agenda conjunta dos dois países para potencializar esse mercado. A posição é da Abecitrus (associação dos exportadores de cítricos). Anteontem, produtores de laranja e processadores de suco da Flórida (EUA) requereram ao governo americano que o produto brasileiro seja sobretaxado.
O suco de laranja brasileiro hoje já paga taxas para entrar em território americano: uma tarifa de importação de US$ 418 por tonelada de suco concentrado e outra, imposta pelo Estado da Flórida, de US$ 13 por tonelada.
A petição de anteontem acusa os brasileiros de venderem suco concentrado congelado nos EUA a preços 37% menores que os de custo. Para o presidente da Abecitrus, Ademerval Garcia, "é evidente que esse dumping não existe". "Nossa posição é: cabe a eles provar. Estamos falando da maior indústria de suco de laranja do mundo. Não somos amadores".
Brasil e Estados Unidos produzem 90% do suco de laranja do mundo. "Queríamos desenvolver em conjunto aspectos como propaganda institucional e combate a pragas", disse Garcia. "Essa é a grande perda desse processo".
Para alguns especialistas, o pedido foi feito porque o consumo de suco de laranja pelos americanos está caindo. A sobretaxa ao produto brasileiro seria uma forma de restringir a oferta.
A partir do pedido de anteontem, o governo americano vai analisar se existe dumping ou não. Se for instituída uma sobretaxa, o Brasil pode pedir abertura de um painel na OMC (Organização Mundial do Comércio) para discutir a questão.

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