UOL


São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SOBE-E-DESCE

Risco-país recua e C-Bond tem alta de 0,83%

Dólar cai 1,1% com conclusão de rolagem de dívida cambial do BC

GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

Após atingir na terça-feira o maior valor do ano, a conclusão da rolagem integral da dívida cambial do Banco Central (BC) que vence em 3 de fevereiro fez o dólar fechar cotado a R$ 3,60, com queda de 1,1% em relação ao fechamento anterior.
O C-Bond, principal título da dívida externa brasileira transacionado no exterior, acompanhou a valorização do real e fechou em alta de 0,83%. O risco-país, medido pelo banco JP Morgan, caiu 3,8%, para 1.353 pontos.
O discurso feito na noite de anteontem pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fez a cotação abrir pressionada. Mas o BC vendeu no final da manhã US$ 300 milhões em linhas externas e a alta diminuiu. Depois dos resultado da rolagem do BC, que vendeu aproximadamente US$ 790 milhões em contrato de "swap" cambial e terminou a renegociação de US$ 1,7 bilhão em títulos que vencem na próxima semana, o valor da moeda inverteu a tendência de valorização.
Além de renegociar a integralidade da dívida, a autoridade monetária obteve ontem resultados melhores do que no leilão anterior. Nos contratos com vencimento no próximo mês de março, os títulos foram vendidos com taxa nominal de 13%, contra 16,5% no leilão de terça-feira.
Segundo operadores das mesas de câmbio, o fluxo positivo de dólares durante quase todo o dia também colaborou para que a cotação caísse. A entrada de moeda estrangeira teria sido garantida por empresas exportadoras e pelas captações feitas nas últimas semanas. Alguns bancos também teriam vendido dólares para realizar lucros, após o pico de alta anteontem.
Para os analistas, o anúncio de que a Venezuela estendeu por mais uma semana a suspensão do mercado de câmbio praticamente não teve repercussão no cenário interno, em razão dos acontecimentos considerados de "maior relevância no momento".
Por enquanto, eles acreditam que somente o agravamento da atual crise no país e a continuidade da greve mesmo em caso de deflagração do conflito no Oriente Médio afetariam negativamente o mercado de câmbio no Brasil.

Perspectivas
Os analistas prevêem um dia mais tranquilo hoje e uma volatilidade maior no câmbio amanhã. Isso porque não é esperada a divulgação de nenhuma novidade que deva refletir fortemente na cotação hoje. Amanhã, porém, com a virada do mês, alguns bancos podem refazer suas posições em dólares e isso pode pressionar a cotação.
Eduardo Berger, economista do Lloyds TSB, acredita que as variações na cotação devam ser predominantemente influenciadas pelas notícias internacionais.
Marco Maciel, do Banco Santos, afirma que o dólar pode voltar a subir "com a proximidade da divulgação do dossiê prometido por Bush contendo provas concretas contra o Iraque".


Texto Anterior: Posse: Casseb assume e quer BB agressivo
Próximo Texto: "Hospital": BNDES ensaia ajuda para solucionar crise de elétricas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.