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SOBE-E-DESCE
Risco-país recua e C-Bond tem alta de 0,83%
Dólar cai 1,1% com conclusão de rolagem de dívida cambial do BC
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
Após atingir na terça-feira o
maior valor do ano, a conclusão
da rolagem integral da dívida
cambial do Banco Central (BC)
que vence em 3 de fevereiro fez o
dólar fechar cotado a R$ 3,60,
com queda de 1,1% em relação ao
fechamento anterior.
O C-Bond, principal título da
dívida externa brasileira transacionado no exterior, acompanhou a valorização do real e fechou em alta de 0,83%. O risco-país, medido pelo banco JP Morgan, caiu 3,8%, para 1.353 pontos.
O discurso feito na noite de anteontem pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fez
a cotação abrir pressionada. Mas
o BC vendeu no final da manhã
US$ 300 milhões em linhas externas e a alta diminuiu. Depois dos
resultado da rolagem do BC, que
vendeu aproximadamente US$
790 milhões em contrato de
"swap" cambial e terminou a renegociação de US$ 1,7 bilhão em
títulos que vencem na próxima
semana, o valor da moeda inverteu a tendência de valorização.
Além de renegociar a integralidade da dívida, a autoridade monetária obteve ontem resultados
melhores do que no leilão anterior. Nos contratos com vencimento no próximo mês de março,
os títulos foram vendidos com taxa nominal de 13%, contra 16,5%
no leilão de terça-feira.
Segundo operadores das mesas
de câmbio, o fluxo positivo de dólares durante quase todo o dia
também colaborou para que a cotação caísse. A entrada de moeda
estrangeira teria sido garantida
por empresas exportadoras e pelas captações feitas nas últimas semanas. Alguns bancos também
teriam vendido dólares para realizar lucros, após o pico de alta anteontem.
Para os analistas, o anúncio de
que a Venezuela estendeu por
mais uma semana a suspensão do
mercado de câmbio praticamente
não teve repercussão no cenário
interno, em razão dos acontecimentos considerados de "maior
relevância no momento".
Por enquanto, eles acreditam
que somente o agravamento da
atual crise no país e a continuidade da greve mesmo em caso de
deflagração do conflito no Oriente Médio afetariam negativamente o mercado de câmbio no Brasil.
Perspectivas
Os analistas prevêem um dia
mais tranquilo hoje e uma volatilidade maior no câmbio amanhã.
Isso porque não é esperada a divulgação de nenhuma novidade
que deva refletir fortemente na
cotação hoje. Amanhã, porém,
com a virada do mês, alguns bancos podem refazer suas posições
em dólares e isso pode pressionar
a cotação.
Eduardo Berger, economista do
Lloyds TSB, acredita que as variações na cotação devam ser predominantemente influenciadas pelas notícias internacionais.
Marco Maciel, do Banco Santos,
afirma que o dólar pode voltar a
subir "com a proximidade da divulgação do dossiê prometido
por Bush contendo provas concretas contra o Iraque".
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