São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 2007

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Foco de aftosa na Bolívia deixa Brasil alerta

Ministério da Agricultura suspende as importações e Mato Grosso do Sul fecha a fronteira em Corumbá

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A confirmação de um foco de febre aftosa ontem na Bolívia causou a suspensão de importações de produtos pecuários bolivianos pelo Ministério da Agricultura e deixou os Estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso em alerta.
Autoridades bolivianas informaram ao governo brasileiro identificação de foco de febre aftosa no departamento (Estado) de Santa Cruz de la Sierra. O governo do país informou o caso à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e suspendeu exportações de produtos pecuários para evitar disseminação da doença.
Segundo o Ministério da Agricultura brasileiro, o comércio desses produtos com a Bolívia é pequeno e sequer há estatísticas. As importações, residuais, não são de carne, mas de animais vivos e de sêmen. A maior preocupação do ministério é com um leilão de animais há duas semanas em Santa Cruz de la Sierra. Um rastreamento está em curso para identificar se algum animal adquirido cruzou a fronteira.
O governo de Mato Grosso do Sul anunciou que fechou a fronteira com a Bolívia em Corumbá (MS), município que dá acesso as cidades bolivianas em Santa Cruz. Apesar do anúncio, até o meio da tarde só a polícia militar fazia fiscalização ontem. A agência de defesa sanitária deve começar a montar barreiras hoje.
São cinco animais doentes em grupo de 34 suscetíveis, na província de Ñuflo de Chávez, cidade de Cuatro Cañadas. A província que faz divisa com Mato Grosso do Sul é a German Bush, que não tem fronteira com a Ñuflo de Chávez.
Embora também distante do foco, Mato Grosso está em alerta. "Há 11 anos, não se verificou foco da doença no Estado e pretendemos nos empenhar ao máximo para manter esse título", disse o presidente do Indea (Instituto de Defesa Animal) de Mato Grosso, Décio Coutinho. Em Mato Grosso do Sul, casos foram registrados de outubro de 2005 a início de 2006.
"As ações tomadas [de fechar a fronteira] são de precaução, não existe risco efetivo de o vírus entrar no Estado", afirmou ontem, a secretária estadual da Produção, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias.
Há duas semanas o Mercosul aprovou projeto para combate conjunto à febre aftosa, que receberá este ano US$ 16,3 milhões do Focem (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul). O aporte será feito pelo Tesouro Nacional dos países -o Brasil contribuirá com 70% do valor.


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