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Foco de aftosa na Bolívia deixa Brasil alerta
Ministério da Agricultura suspende as importações e Mato Grosso do Sul fecha a fronteira em Corumbá
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A confirmação de um foco de
febre aftosa ontem na Bolívia
causou a suspensão de importações de produtos pecuários
bolivianos pelo Ministério da
Agricultura e deixou os Estados
de Mato Grosso do Sul e Mato
Grosso em alerta.
Autoridades bolivianas informaram ao governo brasileiro identificação de foco de febre aftosa no departamento
(Estado) de Santa Cruz de la
Sierra. O governo do país informou o caso à Organização
Mundial de Saúde Animal
(OIE) e suspendeu exportações
de produtos pecuários para evitar disseminação da doença.
Segundo o Ministério da
Agricultura brasileiro, o comércio desses produtos com a
Bolívia é pequeno e sequer há
estatísticas. As importações,
residuais, não são de carne, mas
de animais vivos e de sêmen. A
maior preocupação do ministério é com um leilão de animais
há duas semanas em Santa
Cruz de la Sierra. Um rastreamento está em curso para identificar se algum animal adquirido cruzou a fronteira.
O governo de Mato Grosso do
Sul anunciou que fechou a
fronteira com a Bolívia em Corumbá (MS), município que dá
acesso as cidades bolivianas em
Santa Cruz. Apesar do anúncio,
até o meio da tarde só a polícia
militar fazia fiscalização ontem. A agência de defesa sanitária deve começar a montar barreiras hoje.
São cinco animais doentes
em grupo de 34 suscetíveis, na
província de Ñuflo de Chávez,
cidade de Cuatro Cañadas. A
província que faz divisa com
Mato Grosso do Sul é a German
Bush, que não tem fronteira
com a Ñuflo de Chávez.
Embora também distante do
foco, Mato Grosso está em alerta. "Há 11 anos, não se verificou
foco da doença no Estado e pretendemos nos empenhar ao
máximo para manter esse título", disse o presidente do Indea
(Instituto de Defesa Animal) de
Mato Grosso, Décio Coutinho.
Em Mato Grosso do Sul, casos
foram registrados de outubro
de 2005 a início de 2006.
"As ações tomadas [de fechar
a fronteira] são de precaução,
não existe risco efetivo de o vírus entrar no Estado", afirmou
ontem, a secretária estadual da
Produção, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias.
Há duas semanas o Mercosul
aprovou projeto para combate
conjunto à febre aftosa, que receberá este ano US$ 16,3 milhões do Focem (Fundo para a
Convergência Estrutural do
Mercosul). O aporte será feito
pelo Tesouro Nacional dos países -o Brasil contribuirá com
70% do valor.
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