JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A disputa societária em torno da Bombril ganhou novos lances ontem, quando o antigo controlador da empresa, Ronaldo Sampaio Ferreira, conseguiu na Justiça direito a voto na próxima assembléia de acionistas, marcada para o dia 28 de abril.
Caso a Bombril não consiga reverter a decisão, Sampaio Ferreira participará da escolha de novos conselheiros para a empresa.
A possibilidade de Sampaio voltar acirrou os ânimos dentro da Bombril, uma das maiores fabricantes de produtos de higiene e limpeza do país. O ex-controlador está em guerra com os demais acionistas - especialmente a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) - por ter fechado um acordo com a Cirio Finanziaria em 2005.
O pacto não reconhece dívidas no total de R$ 1 bilhão, de acordo com valor alegado pela companhia. Só com a Previ e o BNDES, os débitos alcançam R$ 700 milhões. Assim, os sócios defendem que os ativos remanescentes da empresa sejam colocados à venda por meio de um leilão.
Ferreira vendeu a Bombril para a italiana Cirio Finanziaria, mas tenta retomar a companhia sob o argumento de que o acordo não foi honrado. A Bombril está sob regime de intervenção desde julho de 2003, ano em que o dono da Cirio, Sérgio Cragnotti foi preso em Roma, acusado de desviar dinheiro da empresa para outras empresas de seu grupo.


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