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CRÉDITO
Grandes redes registram R$ 59,5 mi de perdas com inadimplência
Varejo perde 22% a mais com calote em 2005
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As principais redes varejistas do
país perderam no ano passado R$
59,5 milhões por causa do calote
dos consumidores. O volume é
21,7% superior ao de 2004 (R$
48,9 milhões). Esses recursos entraram nas contas das empresas
como perda. Em média, contas
que os consumidores não pagam
180 dias após o vencimento entram como dinheiro perdido.
Foram avaliadas as demonstrações financeiras de Lojas Renner,
grupo Pão de Açúcar, Lojas Americanas (e site), Ponto Frio e Lojas
Riachuelo. O valor a ser classificado em suas contas como perda
chama-se, no balanço, provisão
para devedores duvidosos. É a
companhia que decide o quanto
vai declarar como saldo negativo
para essa conta.
O aumento no endividamento
do brasileiro, que reduziu a chamada renda disponível da população (o que sobra para o consumidor fazer gastos eventuais),
pressionou o resultado. Como fizeram muitas dívidas durante o
ano e a renda não acompanhou
essa expansão, faltou dinheiro no
bolso. Por isso, a inadimplência
sobe, e a perda dos varejistas,
também.
Levantamento da consultoria
ACNielsen mostra que a classe
média brasileira gastou, em 2005,
8% a mais do que a sua renda. O
índice vai a 3% incluindo todas as
classes socioeconômicas. Dados
do IBGE mostram que o rendimento real da população em 2005
cresceu apenas 2%.
Na segunda maior rede de eletroeletrônicos do país, o Ponto
Frio, as vendas cresceram, o lucro
também, e a provisão disparou.
Segundo a companhia, as operações de crédito cresceram 16,7% e
passaram a representar 74% de
tudo que o grupo vende. O consumidor, que em 2004 comprava
em 8,5 prestações, passou a comprar em 9. A provisão para cobrança duvidosa subiu 50%: passou de R$ 2 milhões para R$ 3 milhões (valor consolidado).
Na Renner, a perda com a inadimplência também cresceu. Esse
volume somava quase R$ 19,5 milhões no ano de 2004 e passou para R$ 22,9 milhões em 2005.
O Grupo Pão de Açúcar foi a
única grande rede com dados
abertos que teve redução na provisão para devedores. Em "financiamentos para clientes", por
exemplo, um item que compõe a
conta total da provisão, o volume
caiu de R$ 3,7 milhões para R$ 2,1
milhões.
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