São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 2006

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FINANÇAS

Previdência barra cobrança por abertura de crédito ou encargos administrativos nos empréstimos com desconto em folha

Banco não pode cobrar taxa de aposentado

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A partir de agora, os bancos estão proibidos de cobrar dos aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) taxa de abertura de crédito ou encargos administrativos nos contratos de empréstimo com desconto na folha de pagamento.
A medida foi aprovada ontem pelo Conselho Nacional de Previdência Social pela resolução nš 1.272. A proibição, porém, só valerá para novas operações. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) disse que se manifestará sobre a medida somente depois de ser notificada oficialmente.
Segundo a Previdência, o objetivo é fazer com que a taxa de juros cobrada pelo banco passe a representar o custo efetivo da transação para aposentados e pensionistas. A expectativa é que haja mais competitividade entre os bancos nos juros oferecidos, o que deverá resultar na redução do custo das operações.
A resolução do conselho também determina que os bancos tornem explícitas as taxas efetivas cobradas dos aposentados de acordo com os diferentes prazos para pagamento do empréstimo. Com essas informações, a avaliação é que o aposentado ou pensionista terá mais condições de comparar a oferta mais vantajosa.
O INSS deverá definir nos próximos dias normas a serem seguidas pelos bancos para cumprimento das determinações do conselho. Esse conjunto de regras estabelecerá ainda punições para as instituições financeiras que fornecerem informações falsas ou incorretas sobre as operações.
Entidades de aposentados vinham reclamando da cobrança das taxas administrativas e de abertura de crédito. Também solicitaram ao governo que assegurasse maior transparência nos critérios dos bancos nas operações do crédito consignando.
A resolução do conselho foi aprovada depois de estudos de um grupo de trabalho criado para avaliar e propor modificações no crédito consignado dos aposentados. Desde que essa modalidade de crédito foi criada, em maio de 2004, vários ajustes já foram realizados pelo governo, pois muitos aposentados denunciaram problemas, abusos ou tentativas de fraude nesse tipo de operação.
Até fevereiro, os empréstimos com desconto em folha totalizaram R$ 12,7 bilhões, com 7,7 milhões de operações (5 milhões de aposentados e pensionistas).


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