São Paulo, terça-feira, 30 de março de 2010

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Indústria reclama de concentração no varejo

Fabricantes temem perder o seu poder de negociação após onda de fusões no comércio

Consolidação das redes de varejo no país também deve resultar em acordos de venda exclusiva entre indústrias e grandes lojas


FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A criação de mais uma gigante no setor de varejo a partir da união das redes Insinuante e Ricardo Eletro vai diminuir o poder de negociação da indústria, segundo representantes do setor de eletrodomésticos.
Esse movimento de fusão entre redes médias, porém, já era esperado pelo setor industrial a partir da união do grupo Pão de Açúcar com as redes Ponto Frio e Casas Bahia no ano passado.
"Existe hoje uma situação de mercado em que a competição é intensa entre as redes que comercializam produtos considerados commodities, como os eletrodomésticos. Uma forma de ganhar mais dinheiro é com o aumento de participação de mercado, já que os preços desses produtos são conhecidos dos consumidores", afirma Cláudio Felisoni, presidente do conselho do Provar-FIA (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração).
Para representantes da indústria, a concentração do varejo deverá resultar em acordos de venda exclusiva entre indústrias e redes de lojas. A rede Magazine Luiza informa que era prevista a união de empresas no setor e que a empresa "continua com seu plano de expansão e também aberta para analisar propostas de aquisição de redes, mas que não existe nenhuma negociação em andamento".

Fusões
A fusão Ricardo Eletro e Insinuante precisará ser aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e poderá ser "congelada" pela autarquia, caso os conselheiros entendam que as empresas devam manter suas atividades separadas até o julgamento definitivo do caso.
Nas últimas fusões envolvendo grandes empresas, o Cade vem negociando os chamados Apros (Acordos de Preservação da Reversibilidade da Operação). O mecanismo é usado para garantir que seja possível reverter a operação. Isso evita que os executivos tomem decisões que, no futuro, não possam ser desfeitas. Ou seja, se o conselho decidir vetar a operação ou impuser restrições, a fusão pode ser revertida sem danos ao mercado.

Colaborou JULIANNA SOFIA, da Sucursal de Brasília



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