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DISQUE 104
Operadora encerra serviço em SE, BA e AL e mantém única unidade em Salvador
Telemar fecha postos de atendimento
SILVIA DE MOURA
da Agência Folha, em Propriá
Portas fechadas e um aviso para ligar para o número 104. É assim que, há 15 dias, a população
de Propriá (98 km ao norte de
Aracaju) encontra o posto de
serviço da Telemar na cidade.
A última atendente do local assinou a rescisão do contrato de
trabalho na semana passada.
Marilene de Souza era concursada da Telergipe -estatal que
operava a telefonia em Sergipe.
Depois da privatização, passou
para a Telemar. Trabalhou por
16 anos nas duas empresas.
"As pessoas vão sentir falta do
contato corpo a corpo. Esse trabalho de atendimento exige
muito carinho. A pessoa vem e
quer solução."
Janaína Martins Gadelha, que
trabalha em uma banca de jornais ao lado do posto da Telemar, disse que a população continua procurando atendimento.
"Pela manhã sempre tem gente
na porta."
"A gente vai precisar ir para
Aracaju resolver os problemas
agora?", indagou o autônomo
Manoel Messias Rocha, sem saber que a central da Telemar
funciona em Salvador e atende
pelo número 104.
Moradores de Propriá ouvidos
pela reportagem reclamaram de
contas com valores errados e defeitos na linha. "É uma chiadeira, linha cruzada, a ligação mal
completa e já cai", disse a recepcionista Andréa da Silva Costa.
Jorge Santos, supervisor da
Telemar, disse que o "call center" (104) de Sergipe conta com
52 atendentes. "Começamos
com 13 funcionários há 15 dias e
já passamos para 52. Nós não
deixamos de atender o cliente."
A Telemar, que opera o sistema de telefonia fixa nas regiões
Norte, Nordeste e parte da Sudeste do país, decidiu acabar
com seus postos de atendimento
ao público até o fim do ano e já
fechou todos na Bahia, Alagoas e
Sergipe. Os serviços foram concentrados na central de atendimento telefônico ("call center")
em Salvador.
A ex-atendente Marilene de
Souza ganhava R$ 456, mais vale-refeição (25 no valor de R$ 8
cada) e plano de saúde. Formada
em pedagogia, está dando aulas
de alfabetização em uma escola
estadual e recebendo R$ 300.
O instalador de telefones Erivaldo Tavares Oliveira virou caminhoneiro. "É um trabalho
mais perigoso. Nem sempre o
salário equivale ao que eu ganhava (cerca de R$ 600).
Depois de demitido, abriu um
posto telefônico em Propriá
-que, com 32 mil habitantes, é
a quinta maior cidade do Estado.
A mulher dele, Angélica Porto
Nunes, disse que lucram pouco
com o serviço.
Duas ex-telefonistas da empresa também abriram postos
telefônicos na cidade.Todos foram autorizados pela Telemar.
Maria Claudeci Prata divide o
espaço do posto com uma lanchonete, uma loja de miudezas e
máquinas copiadoras.
Colaborou Eduardo de Oliveira, da Agência Folha
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