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Privatização amplia
conflito sobre listas
da Sucursal do Rio
A Epil edita listas telefônicas no
interior de São Paulo há mais de
30 anos e tinha contrato de exclusividade com a Telesp até a empresa ser privatizada.
Na ação judicial, a empresa acusa a Telesp de favorecer a TPI e de,
indiretamente, continuar explorando economicamente a edição
de listas. O contrato permite que a
TPI, a seu risco, coloque anúncios
nas publicações oficiais sem que a
Telesp participe da receita.
A Epil alega também que a Telesp/Telefônica não estaria oferecendo seu cadastro a terceiros em
condições razoáveis, como determina a legislação.
A editora diz que faria as listas
oficiais da Telesp de graça se o cadastro lhe fosse fornecido nas
mesmas condições dadas à TPI.
Declara, por fim, que a Telesp poderia faturar R$ 9 milhões por
ano se vendesse seu cadastro à
TPI nas condições oferecidas aos
demais.
Na realidade, a batalha judicial
entre a Epil e a Telesp é parte da
verdadeira guerra entre as operadoras de telefonia e as editoras de
listas desencadeada após a privatização da Telebrás.
O presidente da ABL (Associação Brasileira de Listas), Roberto
Pinheiro, diz que já foram formalizadas pelo menos 15 denúncias à
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de práticas abusivas de preços e concorrência
desleal de mercado contra a Telesp e a Telemar.
A ABL entregou ao governo
uma pesquisa comparativa de
preços na qual consta que as companhias telefônicas brasileiras cobram, na venda de seus cadastros,
de US$ 1,09 a US$ 1,89 por assinante, contra US$ 0,06 no Canadá
e US$ 0,85 na Espanha.
A inclusão de anúncios nas listas oficiais é outro foco de conflito
entre as editoras e as teles. No entendimento da ABL, os anúncios
são proibidos. As teles afirmam
que a única proibição é de que
elas, as operadoras, tirem proveito da venda publicitária.
Em novembro do ano passado,
a Anatel enviou um ofício às teles
dizendo que "é vedada qualquer
forma de exploração econômica
direta" das listas oficiais, o que inclui a venda de anúncios.
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