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Companhia nega o
vínculo Telesp-TPI
da Sucursal do Rio
Em nota enviada à Folha, a Telefônica sustenta que não há vínculo societário direto entre a Telesp e a empresa TPI e que, portanto, ela não estaria obrigada a
submeter o contrato entre as duas
à aprovação prévia da assembléia
geral de acionistas.
Durante três dias, a reportagem
tentou entrevista com a Telesp.
Na quinta-feira, a assessoria de
imprensa da companhia enviou
um texto por e-mail com a cláusula do estatuto que trata do assunto.
Trata-se da cláusula 9, que diz:
"Deverá ser submetida à aprovação prévia de Assembléia Geral
Extraordinária a celebração de
quaisquer contratos de longo prazo entre a sociedade e suas controladas de um lado e o acionista
controlador ou sociedades controladas, coligadas, sujeitas a controle comum ou controladas deste último, ou que de outra forma
constituam partes relacionadas à
sociedade de outra parte, salvo os
contratos que obedecerem a cláusulas uniformes, e a celebração de
contratos de serviços de gerenciamento, inclusive assistência, com
entidades estrangeiras vinculadas
ao acionista controlador da sociedade, casos em que os titulares de
ações preferenciais têm direito a
voto".
A empresa afirma na nota que a
Telefônica Publicidade e Informação não é controlada, coligada,
sujeita a controle comum ou controladora da Telesp. "Portanto,
não se pode falar em necessidade
de submissão à aprovação de
AGE."
Segundo a nota, a Tisa (Telefónica Internacional), que controla
a Telesp, tem 49% do capital da
Telefônica Publicidade e Informação, o que não configura controle. Os outros 51%, afirma a empresa, pertencem à Telefónica Publicidad e Información.
No texto, a Telefônica se refere à
subsidiária brasileira da TPI. O
contrato, porém, foi assinado
com a editora espanhola, que, assim como a Tisa, é subsidiária
100% controlada pela Telefónica
de España.
Em sua defesa na Justiça, a empresa sustenta a mesma tese de
ausência de vínculo societário direto entre a TPI brasileira e a Telesp, mas diz que, "por óbvio, ambas são integrantes do grupo Telefónica".
A Telefônica diz na ação que a
Telesp fez bom negócio ao contratar a TPI. Afirma que a operadora não tem instalações nem
know-how para editar listas e que
contratou os serviços a preço de
custo.
Alega que a Epil a estaria acusando por medo da competição,
pois estava acostumada a margens de lucros de 20% a 30% no
período estatal. Diz que o preço
de venda de seu cadastro é semelhante ao cobrado pela Tele Centro Sul e por outras companhias.
Anatel
O conselheiro da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) Antônio Carlos Valente disse à Folha que a agência desconhece a participação da empresa
TPI na edição das listas oficiais da
Telesp. "Para nós, a empresa responsável pela edição é a Listel",
declarou.
Segundo o conselheiro, a Anatel
recebeu denúncias de três editoras de listas -da Editel (do Paraná) contra a Telest do Espírito
Santo; da LC Arte (RJ) contra a
Telerj; e da Epil contra a Telesp-
por supostos abusos cometidos
por operadoras.
Entre as denúncias, segundo
ele, está a inclusão de publicidade
nas listas oficiais que as teles estão
obrigadas a entregar aos assinantes como cláusula do contrato do
concessão. Outra denúncia é sobre o alto preço de venda do cadastro de assinantes.
Segundo o conselheiro, o entendimento da Anatel é que não pode
haver anúncio nas listas oficiais. A
agência abriu procedimento administrativo para averiguar as denúncias.
Epil
Procurada pela reportagem, a
Epil recusou-se a falar sobre a
ação movida contra a Telefônica.
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