São Paulo, domingo, 30 de abril de 2000


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TRABALHO

CUT e Força, em manifestações separadas, defenderão redução de jornada e aumento do mínimo

1º de Maio de 2000 tem show e sorteio

ADRIANA MATTOS
MAFALDA AVELAR
da Reportagem Local

As duas maiores organizações sindicais do país, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical, querem reunir, juntas, 600 mil pessoas nas comemorações do Dia do Trabalho, amanhã, usando estratégias opostas.
Nos eventos das duas entidades, que acontecerão de forma separada, a principal bandeira levantada será a mesma: redução na jornada de trabalho de 44 horas semanais para 40 horas. Mas a Força Sindical, comandada por Paulo Pereira da Silva, quer atrair a população com o sorteio de cinco apartamentos, dez carros e dezenas de móveis para casa.
Enquanto isso, a CUT, de Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, informa que não distribuirá nada. Diz que "ato público não é leilão", segundo Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT.
Para atingir a meta de 500 mil pessoas no evento, a Força distribuiu, de graça, 2 milhões de cupons para os associados e não-associados de 29 sindicatos participantes. Só é possível concorrer aos prêmios com o preenchimento dos cupons.
O tamanho da conta para a Força: R$ 1 milhão, investido em prêmios e na organização do ato, valor quatro vezes superior ao aplicado em 99 e o maior já desembolsado por uma entidade sindical.
O montante também é quase três vezes o investido pela CUT (R$ 350 mil) no seu evento deste ano, que pretende reunir de 100 mil a 120 mil pessoas em São Bernardo do Campo, ABC paulista. Em 99, a CUT reuniu 60 mil pessoas, e a Força, cerca de 110 mil.
"Quisemos fazer uma festa para o povo", diz Paulo Pereira da Silva, da Força. "As pessoas vêm, com certeza, se tiverem algo para ganhar", diz Antonio Lauro Campanha, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Quem pagou a celebração foram os próprios trabalhadores e 200 empresas patrocinadoras. Doze dos principais sindicatos filiados à Força entraram com R$ 25 mil. Já os de médio e pequeno porte desembolsaram R$ 12 mil e R$ 5 mil, respectivamente.

Salário mínimo
Além da redução da jornada de trabalho, as centrais sindicais irão protestar contra o valor do salário mínimo e o desemprego.
A Força Sindical inicia no ato uma maratona em busca de 1 milhão de assinaturas para enviar um projeto de lei ao governo. O projeto pedirá mudança na jornada de trabalho no país, de 44 horas por semana para 40 horas.
Há obstáculos a essa tentativa de colocar a pauta da jornada na ordem do dia, diz Marinho, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. "A falta de emprego desmobiliza ações que levam à redução na carga horária", diz.
Durante o evento da CUT, que contará com a presença do líder do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, será comemorado o aniversário de 20 anos da greve geral no ABC paulista, em 1980.
Haverá uma missa pela manhã, na catedral da praça da Sé. Logo depois, uma carreata irá percorrer ruas da cidade até o ABC paulista. Estão confirmados shows de Zé Geraldo e Jorge Benjor, segundo a CUT.
No caso da Força, o evento acontecerá na praça Campo de Bagatelle, próximo ao Campo de Marte, zona norte da capital. Cantores sertanejos como Leonardo e Daniel confirmaram presença. Cerca de 1.100 policiais militares e 300 seguranças particulares estarão no local.
Cerca de 150 médicos da Universidade Federal de São Paulo estarão realizando um "mutirão pela saúde", também amanhã, ao lado da praça Campo de Bagatelle, onde acontece a manifestação da Força.
Serão feitas consultas gratuitas com especialistas, como cardiologistas e oftalmologistas. Poderão ainda ser prestadas informações sobre doenças que atingem a visão, como catarata e estrabismo, para prevenção e orientação.
O acesso ao local pode ser feito apenas pela praça Campo de Bagatelle, das 8h às 17h.


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