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TRABALHO
CUT e Força, em manifestações separadas, defenderão redução de jornada e aumento do mínimo
1º de Maio de 2000 tem show e sorteio
ADRIANA MATTOS
MAFALDA AVELAR
da Reportagem Local
As duas maiores organizações
sindicais do país, Central Única
dos Trabalhadores (CUT) e Força
Sindical, querem reunir, juntas,
600 mil pessoas nas comemorações do Dia do Trabalho, amanhã, usando estratégias opostas.
Nos eventos das duas entidades,
que acontecerão de forma separada, a principal bandeira levantada
será a mesma: redução na jornada
de trabalho de 44 horas semanais
para 40 horas. Mas a Força Sindical, comandada por Paulo Pereira
da Silva, quer atrair a população
com o sorteio de cinco apartamentos, dez carros e dezenas de
móveis para casa.
Enquanto isso, a CUT, de Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, informa que não distribuirá
nada. Diz que "ato público não é
leilão", segundo Luiz Marinho,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT.
Para atingir a meta de 500 mil
pessoas no evento, a Força distribuiu, de graça, 2 milhões de cupons para os associados e não-associados de 29 sindicatos participantes. Só é possível concorrer
aos prêmios com o preenchimento dos cupons.
O tamanho da conta para a Força: R$ 1 milhão, investido em prêmios e na organização do ato, valor quatro vezes superior ao aplicado em 99 e o maior já desembolsado por uma entidade sindical.
O montante também é quase
três vezes o investido pela CUT
(R$ 350 mil) no seu evento deste
ano, que pretende reunir de 100
mil a 120 mil pessoas em São Bernardo do Campo, ABC paulista.
Em 99, a CUT reuniu 60 mil pessoas, e a Força, cerca de 110 mil.
"Quisemos fazer uma festa para
o povo", diz Paulo Pereira da Silva, da Força. "As pessoas vêm,
com certeza, se tiverem algo para
ganhar", diz Antonio Lauro Campanha, diretor do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo.
Quem pagou a celebração foram os próprios trabalhadores e
200 empresas patrocinadoras.
Doze dos principais sindicatos filiados à Força entraram com R$
25 mil. Já os de médio e pequeno
porte desembolsaram R$ 12 mil e
R$ 5 mil, respectivamente.
Salário mínimo
Além da redução da jornada de
trabalho, as centrais sindicais irão
protestar contra o valor do salário
mínimo e o desemprego.
A Força Sindical inicia no ato
uma maratona em busca de 1 milhão de assinaturas para enviar
um projeto de lei ao governo. O
projeto pedirá mudança na jornada de trabalho no país, de 44 horas por semana para 40 horas.
Há obstáculos a essa tentativa
de colocar a pauta da jornada na
ordem do dia, diz Marinho, do
Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC. "A falta de emprego desmobiliza ações que levam à redução
na carga horária", diz.
Durante o evento da CUT, que
contará com a presença do líder
do PT, Luiz Inácio Lula da Silva,
será comemorado o aniversário
de 20 anos da greve geral no ABC
paulista, em 1980.
Haverá uma missa pela manhã,
na catedral da praça da Sé. Logo
depois, uma carreata irá percorrer ruas da cidade até o ABC paulista. Estão confirmados shows de
Zé Geraldo e Jorge Benjor, segundo a CUT.
No caso da Força, o evento
acontecerá na praça Campo de
Bagatelle, próximo ao Campo de
Marte, zona norte da capital. Cantores sertanejos como Leonardo e
Daniel confirmaram presença.
Cerca de 1.100 policiais militares e
300 seguranças particulares estarão no local.
Cerca de 150 médicos da Universidade Federal de São Paulo
estarão realizando um "mutirão
pela saúde", também amanhã, ao
lado da praça Campo de Bagatelle, onde acontece a manifestação
da Força.
Serão feitas consultas gratuitas
com especialistas, como cardiologistas e oftalmologistas. Poderão
ainda ser prestadas informações
sobre doenças que atingem a visão, como catarata e estrabismo,
para prevenção e orientação.
O acesso ao local pode ser feito
apenas pela praça Campo de Bagatelle, das 8h às 17h.
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