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Para a Febraban, juro futuro explica aumento
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento dos juros cobrados
pelos bancos para pessoas físicas e
jurídicas em março, divulgado
ontem pelo Banco Central, foi
consequência da elevação das taxas futuras de juros durante o
mês, de acordo com a Febraban
(Federação Brasileira das Associações de Bancos).
Para o economista-chefe da federação, Roberto Luis Troster, o
fato de a taxa Selic ter se mantido
em 26,5% em março não deve necessariamente ter como consequência a manutenção dos juros
cobrados pelos bancos. "Do início
do ano para cá, os juros futuros
vêm aumentando. Em fevereiro,
por exemplo, os juros para março
aumentaram de 25,70% para
26,81%. Com o custo maior do dinheiro, os bancos tiveram que aumentar as taxas", afirmou.
Troster criticou o levantamento
do BC, que em sua opinião falha
por levar em conta apenas as informações sobre recursos livres,
ou seja, sobre o crédito concedido
sem destinação prévia.
"Os recursos livres são os que
têm juros maiores. Sem levar em
conta os recursos direcionados,
ou seja, os juros do crédito imobiliário ou rural, por exemplo, que
são menores do que os livres, o levantamento do Banco Central
não fica tão representativo", disse.
A pesquisa do BC mostra que
que a taxa de juros bancários subiu mais de um ponto percentual
em março para consumidores e
empresas, passando de 56,5%, em
fevereiro, para 57,8%.
Os dados mostram que o
"spread" bancário (a diferença
entre as taxas de captação e as cobradas pelos bancos) foi o principal responsável pela alta: de 32%,
em fevereiro, passou para 33%,
no mês passado.
Os bancos aumentaram as taxas, mas não enfrentam problemas para captar recursos externos: até o momento, as captações
já passam de US$ 6 bilhões no
ano. Em todo o segundo semestre
do ano passado, o número foi de
US$ 3,7 bilhões.
Na avaliação da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo), os juros praticados
pelo mercado sufocam a atividade industrial do país.
"Mesmo com um câmbio mais
baixo, o setor industrial não consegue reagir. O crédito não aumenta, as fontes de financiamento são escassas e não há estímulo
para a realização de investimentos", afirma Clarice Messer, diretora da Fiesp.
Segundo a entidade, por conta
dessas dificuldades a perspectiva
de crescimento para a indústria
brasileira em 2003 é de 1,5%.
Colaborou CÍNTIA CARDOSO,
da Reportagem Local
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