São Paulo, sábado, 30 de abril de 2005

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Embaixador defende importância da Alca

DA SUCURSAL DO RIO

Representante do governo brasileiro nas negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), o embaixador Régis Arslanian defendeu ontem o início dos entendimentos bilaterais entre o Brasil e os EUA antes que sejam acertadas as divergências a respeito da pirataria e dos subsídios agrícolas.
Para Arslanian, o governo americano resiste ao início das conversações sobre a abertura de mercado entre os dois países sem que haja um acordo sobre as questões dos subsídios e da propriedade intelectual.
"A gente já perdeu muito tempo", disse ele.
No próximo dia 12, os governos do Brasil e dos EUA voltarão a discutir, em Washington, três pontos que estão emperrando os acordos da Alca.
Além dos problemas da agricultura e da pirataria, os dois países divergem quanto ao prazo de abertura de mercado para os produtos que integram a chamada Cesta D. Essa abertura ocorreria a partir de dez anos da assinatura dos acordos. Os EUA não concordam com o item.
Diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, o embaixador proferiu palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro sobre as negociações da Alca.
Arslanian negou que o governo brasileiro esteja dando pouca importância à Alca e ao mercado americano.
"Temos todo o interesse em ter uma negociação com os Estados Unidos", disse ele, para quem o Brasil "seria irresponsável" se não estivesse interessado em participar de um mercado como o americano -que é inclusive o maior importador individual dos produtos brasileiros.
Apesar desse interesse, o embaixador afirmou que o governo brasileiro insistirá nas suas propostas para o acordo.
"Nós não faremos acordo a qualquer preço. Se a relação de custo-benefício não nos for favorável, não haverá acordo", afirmou Arslanian.
O impasse entre o Brasil e os Estados Unidos poderá começar a ser amenizado em um encontro, antes do dia 12, entre o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o possível futuro representante comercial dos EUA, Robert Portman.
O Senado americano deve aprovar na semana que vem a escolha de Portman para o cargo, uma espécie de ministro do comércio exterior do governo dos Estados Unidos. Se houver a aprovação, ele e Amorim deverão ter um encontro.


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