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Embaixador defende
importância da Alca
DA SUCURSAL DO RIO
Representante do governo brasileiro nas negociações da Alca
(Área de Livre Comércio das
Américas), o embaixador Régis
Arslanian defendeu ontem o início dos entendimentos bilaterais
entre o Brasil e os EUA antes que
sejam acertadas as divergências a
respeito da pirataria e dos subsídios agrícolas.
Para Arslanian, o governo americano resiste ao início das conversações sobre a abertura de
mercado entre os dois países sem
que haja um acordo sobre as
questões dos subsídios e da propriedade intelectual.
"A gente já perdeu muito tempo", disse ele.
No próximo dia 12, os governos
do Brasil e dos EUA voltarão a
discutir, em Washington, três
pontos que estão emperrando os
acordos da Alca.
Além dos problemas da agricultura e da pirataria, os dois países
divergem quanto ao prazo de
abertura de mercado para os produtos que integram a chamada
Cesta D. Essa abertura ocorreria a
partir de dez anos da assinatura
dos acordos. Os EUA não concordam com o item.
Diretor do Departamento de
Negociações Internacionais do
Ministério das Relações Exteriores, o embaixador proferiu palestra na Associação Comercial do
Rio de Janeiro sobre as negociações da Alca.
Arslanian negou que o governo
brasileiro esteja dando pouca importância à Alca e ao mercado
americano.
"Temos todo o interesse em ter
uma negociação com os Estados
Unidos", disse ele, para quem o
Brasil "seria irresponsável" se não
estivesse interessado em participar de um mercado como o americano -que é inclusive o maior
importador individual dos produtos brasileiros.
Apesar desse interesse, o embaixador afirmou que o governo brasileiro insistirá nas suas propostas
para o acordo.
"Nós não faremos acordo a
qualquer preço. Se a relação de
custo-benefício não nos for favorável, não haverá acordo", afirmou Arslanian.
O impasse entre o Brasil e os Estados Unidos poderá começar a
ser amenizado em um encontro,
antes do dia 12, entre o ministro
das Relações Exteriores, Celso
Amorim, e o possível futuro representante comercial dos EUA,
Robert Portman.
O Senado americano deve aprovar na semana que vem a escolha
de Portman para o cargo, uma espécie de ministro do comércio exterior do governo dos Estados
Unidos. Se houver a aprovação,
ele e Amorim deverão ter um encontro.
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