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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Governo estuda atrelar o rendimento da poupança à Selic
Apesar das fortes resistências políticas dentro do próprio
governo, a equipe econômica
tem acelerado os estudos para
buscar uma solução para a poupança. Há praticamente um
consenso na equipe de que a
queda do juro torna inevitável
mexer no rendimento da poupança, atualmente fixado em
TR mais 6%. Hoje, com a Selic
em 10,25%, os juros reais estão
em cerca de 5,8%.
Nos últimos dias, surgiu uma
proposta alternativa que começa a ganhar força dentro da
equipe econômica. A de atrelar
o rendimento da poupança à
Selic, a taxa básica de juros da
economia. Ou seja, a poupança
passaria a render um percentual da Selic, o que resolveria
uma parte do problema.
A ideia conta com a simpatia
de muitos integrantes da equipe econômica, mas se esbarra
em outro problema: se, eventualmente, os ventos mudarem
e o Banco Central for obrigado
a novamente subir os juros. O
rendimento da poupança iria
subir novamente e, de novo,
eventualmente, ficar acima de
outras aplicações de renda fixa.
Os estudos estão sendo conduzidos na Fazenda pelo secretário Bernard Appy e o martelo
ainda não foi batido. Há outras
propostas na mesa. Uma delas,
por exemplo, que ainda não foi
abandonada de vez, é a de tributar os grandes aplicadores
com a cobrança do Imposto de
Renda -a partir, por exemplo,
de aplicações acima de R$ 100
mil. Essa ideia já teve mais força na equipe econômica, mas
ainda tem um número grande
de adeptos. É a que conta com
maior apoio dos políticos.
Há outras alternativas que
estão sendo discutidas, como a
de recomendar que os próprios
bancos recusem grandes aplicações. A ideia pode não ser
muito simpática, mas parece
não haver empecilhos legais.
Os bancos poderiam fazer isso,
a partir de uma determinação
do governo.
As discussões vão prosseguir
nos próximos dias e, se depender da área política do governo,
nenhuma decisão sairá tão cedo. O melhor seria empurrar
com a barriga até quando for
possível.
O maior temor é de a mudança na poupança ser utilizada
como forte bandeira da oposição nas eleições presidenciais
de 2010.
BARRA PESADA
Dependente dos setores de energia, mineração e siderurgia, o segmento de transporte de cargas superpesadas
está pessimista neste ano. "As indústrias de mineração e
siderurgia estão paradas, e os atrasos em obras de energia
também atrapalham", diz Lupercio Neto, presidente da
Irga, especializada em transporte de cargas superdimensionadas, como geradores de termelétricas, reatores e
equipamentos de refinarias. "O que vai segurar os negócios neste ano são projetos contratados desde 2008."
BONS VENTOS
Campbell Scientific do Brasil, subsidiária da fabricante
americana de equipamentos meteorológicos, está com novo
foco de atuação no país: o fornecimento de equipamentos
para medição de energia eólica. Até abril, a empresa entregou 11 torres com sistema de monitoramento de ventos para
investidores do setor e está com mais 34 projetos em estudo.
Em 2008, foram quatro projetos desenvolvidos no ano. Segundo o diretor da Campbell do Brasil, Andrea Dehó, a unidade adaptou os equipamentos para o setor eólico. A perspectiva dele é que o segmento passe de 30% do faturamento
em 2008 para 60% em 2009. "Esse setor não era prioritário,
até que começaram a surgir boas oportunidades."
PRESENÇA
O ministro do Trabalho,
Carlos Lupi, o ex-ministro
da Fazenda Antonio Palocci,
o deputado Ciro Gomes
(PSB-CE) e o delegado da
Polícia Federal Protógenes
Queiroz confirmaram presença no evento do 1º de
Maio da Força Sindical. A
central gastará R$ 2,2 milhões em sua festa, que vai
acontecer na praça Campo
de Bagatelle, em São Paulo.
GENÉTICA
O Inpi (Instituto Nacional
de Propriedade Intelectual)
e o Ministério do Meio Ambiente publicam nos próximos dias resoluções no "Diário Oficial da União" permitindo que empresas que
usam patrimônio genético
nacional ou conhecimento
de comunidades indígenas
na fabricação de seus produtos possam entrar com pedido de patente sem a autorização imediata do Cgen
(Conselho de Gestão do Patrimônio Genético), como
ocorre hoje. A medida protege as companhias nacionais
que lançam produtos com
base em substâncias da flora
e da fauna brasileiras.
LOJA
A rede Marisa inaugura
três lojas hoje -em Brasília,
Guarulhos e Florianópolis.
COBRANÇA
O presidente Lula ficou
bastante incomodado com os
aumentos no preço do óleo
combustível promovidos pela Petrobras, numa hora de
crise e de petróleo em queda.
Lula chegou a telefonar para
José Sergio Gabrielli, presidente da estatal, para reclamar do aumento. Ontem,
mais uma federação industrial reclamou do aumento. A
Firjan (do Rio) divulgou nota
se queixando do reajuste. A
Firjan cobrou transparência
da Petrobras.
NA HORA DE COMPRAR
A maioria da população
brasileira considera pouco
as ações sociais feitas pelas empresas na hora de
escolher a marca dos produtos que consome. Essa é
a conclusão de estudo da
GfK, que será divulgado
hoje (veja ao lado). Apenas
11% dos brasileiros são
muito sensíveis ao tema
para consumir. Segundo
Mário Mattos, diretor-executivo da GfK Brasil, o
percentual considerado
ideal é acima de 25% dos
consumidores. "Há um
grupo pequeno que reage
a essas ações. Mas a grande massa ainda é indiferente", afirma.
MÁSCARA
Apesar de toda a tranquilidade que a Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) está querendo transmitir ao país com relação ao
contágio da gripe suína, muitas empresas brasileiras estão apavoradas. O receio é
tanto que várias delas estão
restringindo as viagens de
seus executivos ao México.
ESCOLHAS
Na semana passada, o Conar determinou a suspensão
do comercial da Claro que
anunciava o lançamento dos
planos "Claro Escolha". De
acordo com a avaliação do
órgão, a linha adotada pela
Claro pode confundir o consumidor, já que a principal
concorrente, a Vivo, já utiliza o nome "Vivo Escolha"
para seus planos pós e pré-pagos desde 2006.
CHOCOLATE
A marca francesa de chocolates Valrhona acaba de se
desligar da distribuidora Vital no Brasil e vai implantar
uma operação comercial direta no país, em parceria
com a Polenghi, que faz parte do mesmo grupo da Valrhona.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI, CLÁUDIA ROLLI e JULIO WIZIACK
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