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Produtividade das indústrias
aumentou com as demissões
da Reportagem Local
Os ganhos de produtividade da
indústria brasileira nos últimos
anos foram realizados predominantemente em cima da diminuição do nível de emprego.
A avaliação é de Boris Tabacof,
diretor do Departamento de Economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Nos últimos anos, as indústrias
investiram em tecnologia e em
melhorias de gerenciamento, mas
a maior parte do aumento de produtividade deveu-se à redução da
mão-de-obra empregada, afirma
Tabacof.
Por esta razão, de acordo com o
dirigente, o desemprego industrial
estaria chegando ao seu limite.
"O problema maior no momento é que o setor de serviços, que
vinha absorvendo grande parte
dos demitidos da indústria, está
começando a desempregar", disse Tabacof.
Por outro lado, acrescentou, novas contratações não estariam garantidas mesmo se a atividade
econômica aumentasse.
A incerteza sobre a economia,
por conta da instabilidade dos juros e de outros indicadores, não
incentiva as contratações.
"Não é possível organizar a produção. Quando a demanda cai, o
empresário demite; quando ela
sobe, ele não contrata porque não
sabe se o crescimento será continuado", explicou.
Exemplo do "ajuste" de produtividade na indústria brasileira é
um estudo que circulou na Fiesp
nos últimos dias, realizado por
uma consultoria privada.
Nele, constata-se que os salários
pagos na indústria, em dólar nominal, subiram 66,5% do início do
Plano Real até dezembro do ano
passado. Ao mesmo tempo, o custo do trabalho para se fabricar um
único produto subiu apenas 26%.
Ou seja, segundo a consultoria, a
quantidade de horas de trabalho
por produto fabricado caiu.
(MAURICIO ESPOSITO)
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