São Paulo, quinta, 30 de abril de 1998

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MUDANÇA
Para Amadeo, queda de juros vai contribuir
Desemprego deve cair, diz ministro

da Sucursal de Brasília

O ministro Edward Amadeo (Trabalho) disse que a taxa de desemprego deverá cair nos próximos meses. Ele não fez previsões sobre a magnitude dessa redução, mas disse que a queda dos juros vai influenciar positivamente o mercado de trabalho.
Apesar dessa visão otimista, ele disse que as tendências continuam preocupantes, principalmente porque o desemprego está aumentando entre os chefes de família e trabalhadores com mais de 40 anos. Nessas categorias o peso do desemprego é maior porque são pessoas que têm dependentes.
Amadeo afirmou que o aumento da taxa foi afetado também por fatores sazonais. Os três primeiros meses do ano são marcados por fraca atividade econômica.
Os pedidos do comércio à indústria começam no final de março, o que aumenta a expectativa de contratação de mão-de-obra somente a partir de abril.
Outro componente que continua interferindo no crescimento do desemprego é a estruturação da economia. Por causa da abertura do mercado aos produtos internacionais, as empresas estão sendo forçadas a reduzir custos.
"Há uma tendência saudável de adoção de métodos e técnicas de gestão que vai aumentar a produtividade da economia, mas que também reduz o número de trabalhadores em uma empresa", disse.
Segundo ele, o Brasil irá conviver com esse fator nos próximos anos, assim como acontece em alguns países da Europa. O crescimento do número de pessoas que estão entrando no mercado de trabalho também pressionou o aumento do desemprego.
Segundo o raciocínio de Amadeo, o número de pessoas empregadas cresceu. Os dados do IBGE mostram que em março havia 280 mil ocupados a mais em relação a fevereiro, enquanto os desocupados aumentaram em 160 mil.
O ministro disse também que o rendimento do trabalho está positivo, isto é, houve um acréscimo médio de 3,5% do salário de março de 97 a março de 98, descontada a inflação do período.
Vicentinho
Amadeo recebeu ontem o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, que apresentou propostas para combater o desemprego. O sindicalista pediu o apoio do ministro para o aumento das parcelas do seguro-desemprego. Atualmente o benefício varia de três a cinco parcelas.
As centrais sindicais querem que os pagamentos passem de cinco a sete parcelas.



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