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Proer foi usado na compra do Econômico
da Reportagem Local
A venda do Excel Econômico representa o segundo naufrágio entre os arranjos patrocinado pelo
Proer, programa criado pelo governo em 95 para recuperar o sistema financeiro nacional.
O primeiro negócio financiado
pelo Proer a ir por água abaixo foi
o do Bandeirantes e Banorte. O
Bandeirantes, do banqueiro Gilberto Faria, assumiu o Banorte em
96 com a injeção de R$ 540 milhões do Proer.
Menos de dois anos depois, o
banco começou a dar sinais de que
não tinha mais fôlego para continuar operando.
Finalmente, em março último
foi fechada a venda do Bandeirantes para a Caixa Geral de Depósitos, maior banco português, controlada pelo governo de Portugal.
A CGD investiu US$ 400 milhões
no Bandeirantes. Boa parte disso,
foi usado para sanear o banco, já
que a instituição portuguesa encontrou uma carteira de crédito
problemática no Bandeirantes.
A absorção do Econômico, que
pertencia ao banqueiro Angelo
Calmon de Sá, pelo Excel Banco de
Nasser envolveu R$ 2,95 bilhões
do Proer.
O Proer foi muito ativo entre os
anos de 95 e 97 e foi um dos maiores responsáveis pelo desgaste político do então presidente do Banco Central, Gustavo Loyola. Ele foi
muito criticado por liberar tão
grande quantidade de dinheiro
para salvar os bancos. Cada uma
das negociações patrocinadas pelo
BC brasileiro se arrastou por meses.
Na prática, através do Proer, o
Banco Central liberou um grande
volume de recursos para fechar os
buracos existentes em diversos
bancos do país, possibilitando, assim, que outras instituições, em
tese saudáveis, se tornassem os
novos controladores.
A primeira vez em que o Proer
foi usado foi no da compra do
Banco Nacional pelo Unibanco,
que contou com a liberação de R$
5,89 bilhões do Proer.
No ano passado, a aquisição do
Bamerindus pelo HSBC também
contou com pesados recursos do
Proer.
(VA)
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