São Paulo, quinta, 30 de abril de 1998

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Proer foi usado na compra do Econômico

da Reportagem Local

A venda do Excel Econômico representa o segundo naufrágio entre os arranjos patrocinado pelo Proer, programa criado pelo governo em 95 para recuperar o sistema financeiro nacional.
O primeiro negócio financiado pelo Proer a ir por água abaixo foi o do Bandeirantes e Banorte. O Bandeirantes, do banqueiro Gilberto Faria, assumiu o Banorte em 96 com a injeção de R$ 540 milhões do Proer.
Menos de dois anos depois, o banco começou a dar sinais de que não tinha mais fôlego para continuar operando.
Finalmente, em março último foi fechada a venda do Bandeirantes para a Caixa Geral de Depósitos, maior banco português, controlada pelo governo de Portugal.
A CGD investiu US$ 400 milhões no Bandeirantes. Boa parte disso, foi usado para sanear o banco, já que a instituição portuguesa encontrou uma carteira de crédito problemática no Bandeirantes.
A absorção do Econômico, que pertencia ao banqueiro Angelo Calmon de Sá, pelo Excel Banco de Nasser envolveu R$ 2,95 bilhões do Proer.
O Proer foi muito ativo entre os anos de 95 e 97 e foi um dos maiores responsáveis pelo desgaste político do então presidente do Banco Central, Gustavo Loyola. Ele foi muito criticado por liberar tão grande quantidade de dinheiro para salvar os bancos. Cada uma das negociações patrocinadas pelo BC brasileiro se arrastou por meses.
Na prática, através do Proer, o Banco Central liberou um grande volume de recursos para fechar os buracos existentes em diversos bancos do país, possibilitando, assim, que outras instituições, em tese saudáveis, se tornassem os novos controladores.
A primeira vez em que o Proer foi usado foi no da compra do Banco Nacional pelo Unibanco, que contou com a liberação de R$ 5,89 bilhões do Proer.
No ano passado, a aquisição do Bamerindus pelo HSBC também contou com pesados recursos do Proer. (VA)



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