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TELEFONIA
Ministro diz que empresas demonstram "pouco" interesse em reduzir índice
Reajustes ainda dividem Miro e teles
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O governo está em rota de colisão com as empresas de telefonia
fixa por causa da correção das tarifas. O ministro das Comunicações, Miro Teixeira, disse que as
companhias têm demostrado
"pouco" interesse em abrir mão
do reajuste integral pelo IGP-DI.
Pelas previsões do ministério, o
índice acumulado em 12 meses
estará em 32% em junho, quando
ocorrerá o reajuste.
Miro afirmou que o governo
quer reduzir o percentual, mas
não romperá contratos. Caberá às
empresas a decisão, disse.
"Existe uma grande inadimplência. Não há bom senso na
aplicação [do reajuste]. A população não aguenta pagar. As empresas acabam perdendo clientes",
afirmou ontem, após palestra no
Clube de Engenharia, no Rio.
Miro lembrou que, além do
IGP-DI, os contratos permitem
uma correção de até 9% sobre o
preço da assinatura.
Além de tentar renegociar o reajuste deste ano, o governo quer rever os termos do contrato de concessão das operadoras de telefonia, com o objetivo de acabar com
a indexação. Os novos contratos
irão vigorar de 2006 a 2026.
Sem a indexação, passaria a valer apenas a livre competição.
Também está sendo estudada a
criação de uma empresa modelo
fictícia para estimar o aumento
dos custos das companhias que
poderia ser repassado às tarifas.
O ministro atacou a concentração: "O cidadão não pode estar
subordinado a um sistema monopolizado na telefonia local". Segundo ele, a forma de acabar com
isso é permitir o compartilhamento das redes locais por mais
de uma empresa. Hoje, cada uma
opera a sua.
A maior parte das teles resiste às
mudanças. O presidente da Telemar, Ronaldo Iabrudi, disse que
"sempre somos favoráveis ao
cumprimento do contrato". A Telefônica e a Brasil Telecom também já se manifestaram contra
um menor repasse do IGP-DI.
O diretor de assuntos regulatórios da Embratel, José Roberto
Souza Pinto, afirmou que deve
haver um redutor, pois o repique
da inflação no fim de 2002 foi excepcional. Disse que um aumento
de 24% seria satisfatório.
Sobre TV digital, o ministro disse que o modelo brasileiro, ainda
em estudo, vai contemplar o acesso à internet, o que contribuirá
para a inclusão digital. O projeto
começará a ser desenvolvido em
junho por um grupo de universidades brasileiras.
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