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LUÍS NASSIF
A imprensa e os governantes
Pesquisa divulgada ontem
pela Macroplan, com jornalistas, apresenta um quadro variado sobre como a classe está
avaliando o governo Lula e os
governos estaduais. Foram entrevistados jornalistas de 12 Estados, em um total de 116 profissionais, 22% dos quais de Brasília. E a pesquisa abrangeu os
quatro primeiros meses de gestão de Lula e dos governadores.
Na avaliação global do governo Lula, foram massacrantes os
índices de aprovação para os
quesitos "Liderança e condução
política" (96% de ótimo/bom) e
"Postura pública" (95%), caindo no item "Compromissos com
propostas de campanha" (62%).
Depois, a pesquisa foi dividida
em 15 quesitos referentes a cinco
dimensões do governo Lula. Em
relação às questões fechadas, as
avaliações mais positivas foram
em relação aos seguintes itens,
segundo o relatório:
a) a construção das condições
de governabilidade e da base de
apoio ao governo (92% de muito bom ou bom), destacando-se
também a coordenação geral do
governo;
b) a formulação e a orientação
geral da política econômica
(84% de muito bom ou bom);
destacando-se também a operação, a execução e a gestão da política econômica;
c) a formulação e a orientação
da política externa (83% de
muito bom ou bom), com igual
destaque para a operação/gestão e os resultados da política
externa;
d) o destaque negativo foi para a operação, a execução e a
gestão das políticas sociais, com
avaliação negativa em quase
80%.
Em relação às questões abertas, três itens mereceram avaliação positiva: a equipe econômica e a política econômica do governo; a performance de Lula e
o desempenho da economia e a
confiança do mercado.
No item "equipe econômica e
condução da política econômica", os pontos salientados foram
a capacitação do ministro da
Fazenda e do presidente do
Banco Central, a coesão interna
da equipe e a melhoria das condições macroeconômicas -demonstrando que o discurso oficial "pegou" na mídia, do mesmo modo que o discurso dos juros no primeiro ano do governo
FHC.
Em relação a Lula, foi salientado seu estilo de governar, a capacidade de conduzir as reformas e o papel de liderança que o
país está assumindo na América
Latina.
Já as avaliações negativas se
concentram no Fome Zero
(quase 49% dos itens negativos),
os conflitos internos do PT, a falta de entrosamento entre as lideranças de diversas áreas e o
desempenho de alguns ministros.
A pesquisa constatou otimismo nas avaliações de curto prazo sobre a economia e pessimismo em relação à questão social,
especialmente no item "segurança".
Em relação aos Estados, a
avaliação se referiu ao primeiro
trimestre, com indicações de
destaques positivos e negativos.
Apenas 3 dos 12 governadores
tiveram avaliação positiva
-Geraldo Alckmin, de São
Paulo (78% de muito bom/
bom), Aécio Neves, de Minas
Gerais (65%), e Germano Rigotto, do Rio Grande do Sul (53%).
Na ponta negativa, Rosinha
Matheus, do Rio de Janeiro
(96% de ruim ou muito ruim), e
Joaquim Roriz, do DF (73%).
E-mail -
Luisnassif@uol.com.br
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