|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Senado aprova uso de até R$ 17 bi para fundo com recursos do FGTS
Casa aprova última medida provisória do PAC, mas restam projetos de lei
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Senado aprovou a última
medida provisória do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento). A MP autoriza o
governo a usar até R$ 17 bilhões
em recursos do FGTS (Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço) para criar um fundo que financiará obras de infra-estrutura. Inicialmente deverão ser
usados R$ 5 bilhões. O projeto
vai agora à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com isso, o governo encerrou a votação das oito MPs do
PAC, mas ainda enfrenta dificuldades para aprovar os dois
projetos de lei que limitam as
despesas públicas e são considerados essenciais para o equilíbrio das contas do governo.
O teto de 1,5% acima da inflação para o crescimento da folha
de pagamentos dos servidores
públicos e o que fixa o reajuste
do salário mínimo com base no
crescimento da economia de
dois anos anteriores ainda estão na Câmara dos Deputados.
O governo só conseguiu
aprovar os projetos de lei que
alteram a Lei de Licitações e o
que aumenta os recursos orçamentários para investimentos.
Ontem, a oposição no Senado
tentou mudar a MP do FGTS e
chegou a pedir que a votação do
projeto fosse nominal, mas o
governo conseguiu 40 votos favoráveis, e apenas 26 senadores
foram contrários à proposta.
A estratégia do governo foi
evitar qualquer alteração para
que a MP não voltasse à Câmara, já que seu prazo de validade
acaba amanhã. Diante do placar desfavorável, a oposição
praticamente desistiu de brigar
pela votação das emendas que
havia proposto, o que facilitou a
vitória governista.
O fundo criado com recursos
do FGTS tem autorização para
investir inicialmente R$ 5 bilhões do patrimônio dos trabalhadores. O valor pode chegar a
quase R$ 17 bilhões, dependendo de uma decisão do Conselho
Curador do FGTS. O trabalhador também terá autorização
para investir até 10% do saldo
de sua conta pessoal nos projetos de infra-estrutura.
Os investimentos financiados pelo fundo criado na MP terão garantia de rendimento
equivalente à remuneração do
FGTS (3% de juros, mais a variação da Taxa Referencial),
que será dada pela Caixa Econômica Federal. Foi a maneira
que o governo encontrou para
evitar que um eventual prejuízo nos investimentos reduzisse
o patrimônio do trabalhador.
O problema é que o FGTS terá que pagar por essa garantia.
O trabalhador terá que desembolsar um valor do fundo para
comprar uma espécie de seguro
que o protegerá do risco que os
recursos poderão correr.
Sanção
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem à
noite, sem vetos, duas medidas
provisórias do PAC, agora
transformadas em lei.
Uma delas permite que o governo reduza a parcela da arrecadação destinada ao abatimento da dívida pública com a
finalidade de ampliar investimentos em infra-estrutura. Pelo texto sancionado ontem, a
meta de superávit primário do
governo neste ano pode ser reduzida em até R$ 11,3 bilhões,
desde que esse montante seja
destinado a uma lista de obras e
iniciativas tidas como prioritárias. O valor originalmente previsto no orçamento era de R$
4,6 bilhões.
A outra medida provisória
institui o Fundo de Investimento em Participações em Infra-estrutura, voltado a projetos nas áreas de energia, transporte, saneamento básico e irrigação.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Forbes critica PAC e diz que burocracia e carga tributária são principais entraves Índice
|