São Paulo, quarta-feira, 30 de maio de 2007

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Forbes critica PAC e diz que burocracia e carga tributária são principais entraves

DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Brasil está deixando passar a oportunidade de realizar mudanças necessárias para ganhar velocidade de crescimento, disse ontem o presidente da editora Forbes e redator-chefe da revista de mesmo nome, Malcolm Stevenson Forbes Jr.
"A animosidade perante a China é ridícula e tira o foco do que realmente importa: produzir mão-de-obra mais qualificada. O Brasil tem plenas possibilidades de se tornar um "player" global. Já demonstrou isso com o aço", afirmou.
Pré-candidato republicano à Presidência dos EUA em 1996 e em 2000, o herdeiro do multimilionário americano Malcolm Forbes é defensor de uma política econômica ultraliberal, com uma taxa única de Imposto de Renda de 17% sobre os salários norte-americanos.
Em passagem por São Paulo, onde fez palestra a empresários, Forbes criticou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) -"não é abrangente o bastante e se concentra demais em crédito e imposto". "O presidente Lula tem um capital político importante e deveria usá-lo para realizar coisas maiores, [já que] não precisa se preocupar com eleições", disse.
Segundo o editor, o Brasil poderia crescer à taxa de 8% ao ano se eliminasse obstáculos como juros altos, política tributária asfixiante, burocracia excessiva ao empreendedorismo e leis trabalhistas inflexíveis.
Barreiras comerciais não dão resultados positivos no longo prazo, afirma o editor. "O Brasil possui muitos recursos naturais, vasto mercado interno e já demonstrou capacidade tecnológica no mercado -caso da Embraer. Com capacitação, os recursos e o mercado que possui, têm-se aí uma combinação bastante forte."
"O Brasil deveria estar entre as seis maiores economias do mundo, isso é exeqüível. Outros países, como Coréia do Sul, Estônia e Lituânia, passaram por processos com início difícil e tiveram resultados positivos. O Brasil tem que soltar a fera para crescer."
Sobre uma possível ameaça do crescimento acelerado da China à liderança econômica mundial dos Estados Unidos, Forbes destacou que, apesar de grande, o avanço do país asiático se dá sobre uma base reduzida. "Se tomarmos o crescimento da economia americana nos últimos quatro anos, veremos que ele equivale à economia inteira da China hoje."


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