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Forbes critica PAC e diz que burocracia e carga tributária são principais entraves
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Brasil está deixando passar
a oportunidade de realizar mudanças necessárias para ganhar
velocidade de crescimento, disse ontem o presidente da editora Forbes e redator-chefe da revista de mesmo nome, Malcolm Stevenson Forbes Jr.
"A animosidade perante a
China é ridícula e tira o foco do
que realmente importa: produzir mão-de-obra mais qualificada. O Brasil tem plenas possibilidades de se tornar um "player"
global. Já demonstrou isso com
o aço", afirmou.
Pré-candidato republicano à
Presidência dos EUA em 1996 e
em 2000, o herdeiro do multimilionário americano Malcolm
Forbes é defensor de uma política econômica ultraliberal,
com uma taxa única de Imposto de Renda de 17% sobre os salários norte-americanos.
Em passagem por São Paulo,
onde fez palestra a empresários, Forbes criticou o PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) -"não é abrangente o bastante e se concentra
demais em crédito e imposto".
"O presidente Lula tem um capital político importante e deveria usá-lo para realizar coisas
maiores, [já que] não precisa se
preocupar com eleições", disse.
Segundo o editor, o Brasil poderia crescer à taxa de 8% ao
ano se eliminasse obstáculos
como juros altos, política tributária asfixiante, burocracia excessiva ao empreendedorismo
e leis trabalhistas inflexíveis.
Barreiras comerciais não dão
resultados positivos no longo
prazo, afirma o editor. "O Brasil
possui muitos recursos naturais, vasto mercado interno e já
demonstrou capacidade tecnológica no mercado -caso da
Embraer. Com capacitação, os
recursos e o mercado que possui, têm-se aí uma combinação
bastante forte."
"O Brasil deveria estar entre
as seis maiores economias do
mundo, isso é exeqüível. Outros países, como Coréia do Sul,
Estônia e Lituânia, passaram
por processos com início difícil
e tiveram resultados positivos.
O Brasil tem que soltar a fera
para crescer."
Sobre uma possível ameaça
do crescimento acelerado da
China à liderança econômica
mundial dos Estados Unidos,
Forbes destacou que, apesar de
grande, o avanço do país asiático se dá sobre uma base reduzida. "Se tomarmos o crescimento da economia americana nos
últimos quatro anos, veremos
que ele equivale à economia inteira da China hoje."
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