São Paulo, quarta-feira, 30 de maio de 2007

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Zoellick deve ser sucessor de Wolfowitz

Anúncio de novo presidente do Bird será feito hoje, diz autoridade dos EUA

Ex-nš 2 do Departamento de Estado dos EUA foi chamado por Lula de "sub do sub do sub" quando comandava o comércio exterior americano


DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, deve anunciar hoje o nome de Robert Zoellick, 53, ex-chefe do USTr (equivalente ao Ministério do Comércio Exterior), para suceder Paul Wolfowitz na presidência do Banco Mundial, disse um representante do governo americano que pediu para não ter seu nome divulgado.
Horas antes de surgir a especulação, o porta-voz da Casa Branca Tony Snow afirmou que Bush "provavelmente" anunciaria nesta semana o nome do escolhido para comandar o Bird, mas não mencionou nomes nem a data da anúncio.
Uma autoridade do governo Bush disse ao "New York Times" que Zoellick, que atualmente trabalha no banco Goldman Sachs e aparecia como um dos favoritos para o cargo, é considerado o candidato preferido pelos europeus e também pelos críticos do Bird.
De acordo com membros do Tesouro americano, foi difícil encontrar um candidato que fosse aceito pelos europeus e que continuasse a realizar as mudanças iniciadas por Wolfowitz no Banco Mundial. Com o apoio da Europa, os EUA não devem ter dificuldades para que Zoellick seja aprovado em votação no organismo.
Tradicionalmente, os EUA escolhem o presidente do Banco Mundial, e os europeus, o do FMI -que atualmente é comandado pelo espanhol Rodrigo de Rato-, mas alguns países, como Brasil, Austrália e África do Sul, disseram que o sucessor de Wolfowitz deveria ser selecionado pelo mérito, e não pela nacionalidade.
Segundo autoridade americana, Bush considera que Zoellick é "excepcionalmente qualificado para o posto", pelo seus anos de experiência em economia internacional, diplomacia e comércio. Ele também disse que o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson -a quem coube consultar seus colegas do resto do mundo sobre o sucessor-, recebeu "reações positivas" com a escolha.
Até 2006, Paulson era o principal executivo do Goldman Sachs e participou da escolha de Zoellick para trabalhar no banco de investimentos.
Antes de partir para a iniciativa privada, Zoellick foi o número dois no Departamento de Estado entre 2005 e 2006 -anteriormente ele comandara o USTr, quando ajudou a lançar, em novembro de 2001, a Rodada Doha, de liberalização do comércio mundial.
Em 2002, na época em que era responsável pelo comércio externo dos Estados Unidos, Zoellick foi chamado de "sub do sub do sub" pelo então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao anunciar sua renúncia, em 18 de maio, Wolfowitz disse que permaneceria no cargo até 30 de junho. Ele deixou o comando do Bird depois da polêmica sobre a promoção e o aumento salarial dados para a sua namorada, Shaha Riza, também funcionária do organismo multilateral, que investe em áreas como educação e saúde.


Com agências internacionais

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