São Paulo, quarta-feira, 30 de maio de 2007

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Venda de eletrônicos cresce entre consumidores on-line em 2006

Pesquisa mostra que categoria foi a que mais avançou nas compras pela rede

GUSTAVO VILLAS BOAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os consumidores compraram mais equipamentos eletrônicos pela internet no ano passado do que em 2005. Entre as pessoas que fizeram compras pela rede, 24% disseram ter investido em produtos desse tipo, um crescimento de dez pontos percentuais em relação a 2005.
Os números são parte da pesquisa sobre o uso, no Brasil, de tecnologias da informação nas residências (TIC Domicílios) realizada em 10,5 mil domicílios do país. O estudo, feito pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), teve a segunda parte divulgada ontem -a primeira saiu em novembro do ano passado.
Apesar de livros, revistas e jornais comporem a categoria mais citada pelos consumidores da internet (30%), seu crescimento foi um pouco menor (seis pontos percentuais a mais em relação a 2005) do que o de eletrônicos, como câmeras digitais e tocadores, e o de computadores e artigos de informática (19% ante 12% em 2005).
As duas, ao lado de vestuário e acessórios (de 6% para 13%), são as categorias que mais espaço ganharam no gosto dos consumidores on-line.
Nos dois anos, 13% das pessoas que consumiram pela rede disseram ter comprado eletrodomésticos. Filmes e músicas, categoria que liderava em 2005, com citação de 26% dos consumidores, caiu cinco pontos percentuais em 2006.
O número de internautas que usavam a rede para compras também se manteve estável nos dois anos: era de 15% em 2005 e caiu um ponto percentual, para 14%, em 2006.

Obstáculos
Os principais motivos alegados pelos usuários de internet que não fizeram compras on-line foram a falta de interesse/ necessidade (43%), a preferência por adquirir produtos pessoalmente (39%) e a preocupação com a segurança, empecilho para 20%.
Para Mariana Balboni, gerente do Cetic, os obstáculos para a realização de compras on-line são culturais. Ela cita que são poucos os casos de problemas relatados pelos entrevistados que disseram ter adquirido algum produto pela internet. Em 2006, 9,2% dos consumidores da internet afirmaram ter tido problemas durante o procedimento.
"As pessoas podem preferir fazer compras pessoalmente, mas eu acho que a maioria dos internautas usa a rede para se informar, comparar e escolher os produtos", diz ela. Balboni considera que, no ano que vem, a pesquisa deve abranger esse processo de pesquisa.

Potencial de crescimento
Outro obstáculo apontado por Balboni para o consumo on-line é o número relativamente pequeno de empresas com site.
No mesmo dia, o Cetic divulgou uma pesquisa focada no uso de tecnologias da informação nas empresas (TIC Empresas). Do universo pesquisado, 96,8% têm acesso à internet e pouco menos do que a metade delas conta com site (48,8%). "E isso não quer dizer que os sites façam vendas pela internet", afirma ela.
Segundo a pesquisa, 30,92% do faturamento das empresas que realizam esse tipo de serviço vêm do comércio on-line. Para essas, o maior benefício do comércio pela internet é o tempo de transação reduzido, vantagem apontada por 76,77% das empresas.
O mercado brasileiro é praticamente o destino final de todos os produtos das organizações que comercializam pela internet. No país, ficam 94,48% do total de vendas, enquanto 2,38% vão para o Mercosul.
Os resultados das duas pesquisas foram compilados no livro "Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil 2006", apresentado ontem.


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