São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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CRISE

Dívida é de US$ 980 milhões

Argentina espera que o FMI adie pagamento

JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES

O governo argentino garante que o FMI (Fundo Monetário Internacional) vai adiar por um ano o pagamento de uma dívida de US$ 980 milhões que vence em 17 de julho. O ministro Roberto Lavagna (Economia) disse que a gerência do FMI concordou com o pedido argentino que, no entanto, ainda deveria ser aprovado pelos diretores do organismo.
Lavagna, que está nos Estados Unidos desde quarta-feira, se reuniu ontem com o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Enrique Iglesias, para pedir também o adiamento de um pagamento de US$ 750 milhões que vence no próximo dia 15.
Mesmo sem garantias oficiais, o porta-voz da Presidência, Eduardo Amadeo, já comemorou a decisão dos técnicos do FMI como uma vitória. Segundo ele, o Banco Central não vai precisar usar as reservas internacionais para os pagamentos e, com esse apoio, a "Argentina entrou na reta final das negociações".
Por sua vez, Lavagna disse que o provável acordo vai deverá baixar a cotação do dólar, que fechou essa semana a 3,91 pesos.
O ministro garantiu que a Argentina vai manter a política monetária e cambial que tem utilizado nos últimos meses, que inclui, entre outras, coisas, a utilização das reservas internacionais para segurar a alta do dólar.
No entanto, essas políticas, que não contam com total apoio do FMI, passarão a ser avaliadas mais de perto por um grupo de especialistas estrangeiros.
Devem fazer parte desse grupo o ex-presidente do Federal Reserve (BC dos Estados Unidos) Paul Volcker e o ex-diretor-gerente do FMI Michel Camdessus. Além disso, uma missão técnica do Fundo chega ao país nesta semana para dar continuidade às negociações.


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