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TELEFONIA
Pré-pagos fixos chegam em 2006; terminais de acesso à rede terão de ser instalados nas cidades brasileiras até 2010
Teles terão de oferecer internet popular
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As concessionárias de telefonia
fixa serão obrigadas a instalar terminais de acesso à internet em todas as cidades brasileiras até 2010.
As empresas também terão de
oferecer uma modalidade de telefone fixo no formato pré-pago, a
exemplo do que é feito na telefonia celular, com o chamado Aice
(Acesso Individual de Classe Especial).
Os compromissos das operadoras foram publicados na edição de
anteontem do "Diário Oficial da
União". Segundo o PGMU (Plano
Geral de Metas de Universalização), que vigora de 1º de janeiro
de 2006 até 31 de dezembro de
2025, o serviço do fixo pré-pago
terá "função social" e será voltado
para a população de baixa renda.
A regulamentação do Aice estabelece que a assinatura do novo
serviço é limitada a 35% do valor
normal, o que daria R$ 11,80.
Para adquirir esse telefone, o
consumidor deverá pagar uma
habilitação que pode custar até
cinco vezes a instalação de uma linha comum. Como é voltado para
camadas pobres, o valor será parcelado em até 12 vezes.
A concorrência no novo serviço
deve acontecer por meio dos cartões, que serão vendidos por todas as concessionárias.
Além disso, os futuros donos serão recompensados por utilizarem a classe especial. Ou seja, as
ligações originadas no Aice serão
mais baratas que as feitas por telefone comum. E as chamadas terminadas em classe especial serão
mais caras, como ocorre com os
celulares hoje. A proposta da
Anatel é que essa tarifa seja de até
duas vezes a de uso comum.
Dessa forma, os assinantes do
serviço normal custearão indiretamente a classe especial para as
camadas mais pobres da população na planilha das operadoras.
Além disso, 10% do que for gasto em ligações pelos assinantes de
classe especial voltará na forma de
créditos. Se o usuário utilizar, por
exemplo, R$ 118, estará pagando a
assinatura (R$ 11,80).
Segundo a Anatel, isso servirá
para incentivar o uso comunitário
do aparelho. Quanto mais pessoas usarem a linha, menos o dono terá de pagar de assinatura.
Acesso à internet
Por avaliar que o acesso a telefones públicos já está disseminado,
a Anatel determinou que fosse feito o mesmo com o acesso à internet. As metas de instalação de terminais, que no PGMU de 1998 se
relacionavam aos orelhões, dizem
que deverão ser construídos postos de telecomunicações.
Em cada unidade destas, estarão montados quatro orelhões e
quatro TAPs (Terminais de Acesso Público), com a possibilidade
de conexão à internet e transmissão de dados, voz e imagens.
Pelo cronograma, a cada ano,
20% da população será atendida
com os postos de internet -30%
dos municípios com até 50 mil habitantes e 6% das cidades com
densidade maior. Em 2002, havia
cerca de 14 milhões de assinantes
residenciais de internet.
Dessa forma, a Anatel quer assegurar os TAPs em cidades pequenas em vez de apenas nos grandes
centros, onde as concessionárias
terão retorno do investimento
mais rapidamente.
Orelhões
Como todos os custos da operação ficam por conta das concessionárias, a Anatel diminuiu a
densidade obrigatória de orelhões
de 8 para 6 por grupo de mil habitantes, com distância mínima de
300 metros um do outro.
As concessionárias também ficam obrigadas a instalar telefones
públicos em unidades de segurança pública, instalações do Ministério Público e da Justiça, escolas, postos de saúde, órgãos de defesa do consumidor, museus e bibliotecas.
(IURI DANTAS)
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