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POLÍTICA INDUSTRIAL
Área é considerada estratégica; anúncio será em até dez dias
Setor de software terá menos imposto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo anunciou ontem, na
primeira reunião do CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial), que em até dez
dias implementará uma nova política tributária para o setor de
softwares, que prevê a redução de
impostos.
O setor é um dos quatro considerados estratégicos pelo governo. Os outros são de semicondutores, de fármacos e de bens de capital. O segmento, avalia o governo, foi prejudicado com as novas
regras de cobrança da Cofins
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
"A renúncia fiscal não será muito acentuada", disse o coordenador do Grupo Interministerial de
Política Industrial, Alessandro
Teixeira. A nova política tributária para o setor pretende incentivar a produção de programas de
computadores no Brasil.
Teixeira também divulgou dados sobre o Prosoft, programa de
financiamento do BNDES para o
setor, que revelam uma boa procura por parte dos empresários.
Segundo ele, em menos de 60
dias, já foram aprovados empréstimos de R$ 25 milhões. A verba
do programa é de R$ 100 milhões.
No Profarma, para o setor farmacêutico, o BNDES já aprovou
financiamentos de R$ 125 milhões
e estão em análises projetos que
somam R$ 95 milhões. O programa conta com R$ 500 milhões.
O CNDI, do qual participam 11
ministros e 11 representantes do
setor privado, foi criado para garantir a implementação das diretrizes da política industrial, anunciadas no primeiro trimestre deste ano. É um canal institucional
entre a iniciativa privada e o governo. O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva preside o conselho.
Renúncia fiscal
Na próxima reunião do grupo,
um dos pontos centrais da pauta
será a redução de custo para novos investimentos no país. "Parece que há espaço [para renúncias
fiscais]", afirmou o presidente da
Gradiente, Eugênio Staub, um
dos representantes da iniciativa
privada no CNDI.
Segundo Staub, o ministro da
Fazenda, Antonio Palocci Filho,
disse na reunião que estava disposto a analisar proposta para a
redução de impostos. "Estar disposto a ouvir propostas não é habitual na Fazenda", disse Staub.
Teixeira, que é do governo, confirmou a disposição em discutir
reduções de carga tributária. Ponderou, no entanto, que as reduções não podem ser para todos os
setores, pois há restrições fiscais.
No encontro marcado para
agosto, deverão ser listados os
instrumentos e os setores que se
beneficiarão das medidas. Na
pauta estará a redução do IPI para
máquinas e equipamentos, que o
governo prometeu zerar até 2006,
e novas regras para a cobrança de
Cofins de bens de capital.
Até o final do ano, haverá um
total de quatro reuniões do CNDI.
Uma das preocupações da iniciativa privada é a falta de agilidade
do governo em tomar decisões.
"Temos que ter mais velocidade",
disse Staub.
Teixeira também anunciou a
implementação de um centro de
pesquisa em nanotecnologia (desenvolvimento de dispositivos na
escala do milionésimo de milímetro), até o final deste ano. A criação do centro já estava prevista.
Ontem, foi montado um conselho
diretor provisório para trabalhar
na criação do laboratório.
Outro tema da reunião foi a informalidade de empresas. Teixeira anunciou que, em breve, o governo divulgará um novo tipo de
empresa, que pagará impostos de
forma mais simplificada.
(AS)
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