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Reflexo das PPPs nas
contas preocupa Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O comprometimento da receita
da União e dos Estados no futuro
é a principal preocupação de senadores da base aliada e da oposição em relação às PPPs (Parcerias
Público-Privadas) -projeto tido
pelo governo como um dos mais
difíceis hoje para aprovar no Senado, por não haver consenso entre os congressistas.
Em audiência pública ontem na
Casa, o ministro Guido Mantega
(Planejamento) -principal defensor das PPPs- disse que as
parcerias trarão mais retorno aos
governos do que limitação orçamentária. Informou ainda que o
Tesouro criará regras para classificar os gastos realizados por meio
das parcerias. O objetivo, disse, é
que a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) seja respeitada.
Pelo projeto das PPPs, o governo garante remuneração mínima
para os empreendimentos, como
complementação de tarifa no caso de pedágios. Para o ministro,
esses gastos são de caráter continuado, ou seja, não são dívida.
Assim, não são incluídos no limite
de endividamento dos governos.
Os senadores Rodolpho Tourinho (PFL-BA) e Tasso Jereissati
(PSDB-CE) defenderam que sejam especificados no projeto limites de despesas no âmbito das
parcerias ou que todos os gastos
sejam considerados como dívida,
o que automaticamente obrigaria
os governos a respeitar a LRF.
O senador Roberto Saturnino
(PT-RJ) quer que a abrangência
das PPPs se limite a empreendimentos de infra-estrutura, que
poderiam dar retorno financeiro
e não comprometer a receita dos
governos. "É possível [delimitar a
abrangência], pois o principal objetivo do governo são as obras de
infra-estrutura", disse Mantega.
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