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Exército estava pronto para entrar em ação
WILLIAM FRANÇA
da Sucursal de Brasília
Se até as 18h de ontem os caminhoneiros não tivessem começado a deixar as rodovias, o Exército
entraria em ação.
Esse horário-limite foi definido
ontem pela manhã pelo presidente Fernando Henrique Cardoso,
na reunião que contou com a presença de sete ministros. Inicialmente, foi fixado o horário de 17h,
mas, como no início da tarde os
caminhoneiros começaram a demonstrar interesse em negociar,
foi dado mais uma hora de prazo.
O início da noite de ontem era
considerado, na avaliação dos ministros, como o prazo final para
evitar um colapso no abastecimento. A partir daí, a situação
deixaria de ser "tolerável" e passaria a "crítica".
Caberia aos governadores dos
Estados com problemas comunicar à Presidência da República o
desejo de uso do Exército para liberar as rodovias.
A Folha apurou que, às 18h30
de ontem, o presidente recebeu a
notícia de que o movimento grevista havia sido realmente encerrado e que o fluxo nas estradas estava voltando ao normal.
No Planalto, assessores de FHC
rechaçaram a idéia de que o governo foi pego de surpresa com a
paralisação. Segundo eles, há
mais de um mês o governo identificou panfletos que convocavam
para a paralisação. O governo não
esperava, porém, que a paralisação fugisse ao controle.
Na reunião de ontem, FHC descartou decretar o estado de defesa, primeiro passo de uma escalada que termina com a decretação
do estado de sítio. Segundo assessores, em nenhum momento o
presidente temeu perder o controle da situação porque, em último caso, teria as Forças Armadas
como reserva de atuação.
O governador de São Paulo,
Mário Covas (PSDB), foi considerado peça-chave no desfecho da
greve, assim como o também tucano Tasso Jereissati, do Ceará no
movimento dos policiais militares em 1997.
Na avaliação do Planalto, o emprego da tropa de choque da PM
de São Paulo, com "violência administrada", foi fundamental para desarticular o movimento.
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