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CÂMBIO
Cotação vai a R$ 1,828, após chegar a R$ 1,839
Inflação pressiona dólar, mas BC intervém e moeda fecha em queda
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste mês, que ficou em
1,99%, trouxe nervosismo para o
mercado de câmbio. Na parte da
manhã, logo após o anúncio do
índice, o dólar comercial chegou a
ser cotado a R$ 1,839 para venda,
alta de 0,38% no dia.
Segundo operadores, a alta só
não foi maior porque o Banco do
Brasil vendeu uma grande quantidade de dólares no mercado, segurando a cotação da moeda.
À tarde, o dólar recuou e fechou
em R$ 1,828 para venda, queda de
0,22% em relação ao dia anterior.
O Banco do Brasil costuma
comprar e vender dólares para as
operações de comércio exterior
de grande parte das empresas estatais. Ele também é um dos intermediários utilizados pelo Banco
Central quando a autoridade monetária quer intervir no mercado.
Até o fechamento desta edição,
o BC não havia confirmado se tinha intervindo no mercado ontem por meio do Banco do Brasil.
Analistas ouvidos pela Folha consideram pouco provável que tenha havido uma intervenção, mas
não descartam a possibilidade de
ela ter ocorrido.
A principal preocupação do
mercado é que o governo não
consiga cumprir as metas de inflação acordadas com o FMI. O
objetivo é que a inflação, medida
pelo IPCA, fique em 6%, com
margem de até dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Além da alta do IPCA-15, o IPC
(Índice de Preços ao Consumidor), medido pela Fipe, divulgado
anteontem, já havia trazido nervosismo ao mercado.
Nos últimos 30 dias terminados
em 23 deste mês, o IPC registrou
alta de 1,81%, que, apesar de inferior da semana anterior, foi maior
do que o mercado esperava.
Títulos
De acordo com Mário Battistel,
diretor da corretora Novação, outros dois fatores, além da inflação,
contribuíram para a alta do dólar
-que já subiu 2,41% neste mês.
Um deles é o vencimento de notas cambiais (títulos corrigidos
pela variação do dólar) -na sexta, vence R$ 1,3 bilhão. Com o objetivo de diminuir a parcela da dívida pública atrelada ao câmbio, o
Banco Central tem reduzido a
quantidade de notas cambiais em
circulação.
O segundo motivo é a alta do
preço internacional do petróleo.
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