São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000


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CÂMBIO

Cotação vai a R$ 1,828, após chegar a R$ 1,839
Inflação pressiona dólar, mas BC intervém e moeda fecha em queda

NEY HAYASHI DA CRUZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste mês, que ficou em 1,99%, trouxe nervosismo para o mercado de câmbio. Na parte da manhã, logo após o anúncio do índice, o dólar comercial chegou a ser cotado a R$ 1,839 para venda, alta de 0,38% no dia.
Segundo operadores, a alta só não foi maior porque o Banco do Brasil vendeu uma grande quantidade de dólares no mercado, segurando a cotação da moeda.
À tarde, o dólar recuou e fechou em R$ 1,828 para venda, queda de 0,22% em relação ao dia anterior.
O Banco do Brasil costuma comprar e vender dólares para as operações de comércio exterior de grande parte das empresas estatais. Ele também é um dos intermediários utilizados pelo Banco Central quando a autoridade monetária quer intervir no mercado.
Até o fechamento desta edição, o BC não havia confirmado se tinha intervindo no mercado ontem por meio do Banco do Brasil. Analistas ouvidos pela Folha consideram pouco provável que tenha havido uma intervenção, mas não descartam a possibilidade de ela ter ocorrido.
A principal preocupação do mercado é que o governo não consiga cumprir as metas de inflação acordadas com o FMI. O objetivo é que a inflação, medida pelo IPCA, fique em 6%, com margem de até dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Além da alta do IPCA-15, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), medido pela Fipe, divulgado anteontem, já havia trazido nervosismo ao mercado.
Nos últimos 30 dias terminados em 23 deste mês, o IPC registrou alta de 1,81%, que, apesar de inferior da semana anterior, foi maior do que o mercado esperava.

Títulos
De acordo com Mário Battistel, diretor da corretora Novação, outros dois fatores, além da inflação, contribuíram para a alta do dólar -que já subiu 2,41% neste mês.
Um deles é o vencimento de notas cambiais (títulos corrigidos pela variação do dólar) -na sexta, vence R$ 1,3 bilhão. Com o objetivo de diminuir a parcela da dívida pública atrelada ao câmbio, o Banco Central tem reduzido a quantidade de notas cambiais em circulação.
O segundo motivo é a alta do preço internacional do petróleo.


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