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CRÉDITO
Só valor cobrado do cheque especial caiu de junho para julho, segundo pesquisa do Banco Central
Bancos continuam subindo as taxas de juros
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os juros cobrados pelos bancos
nos empréstimos concedidos a
pessoas físicas subiram em julho
em relação a junho, exceto para o
cheque especial.
Os números, apresentados ontem pelo Banco Central, mostram
que apesar das quedas consecutivas das taxas básicas de juros promovidas pelo Copom, o consumidor ainda não foi beneficiado na
hora de pedir dinheiro emprestado ou de comprar a prazo.
Segundo o diretor de Política
Monetária do BC, Luiz Fernando
Figueiredo, as elevações de taxas
não são significativas e não representam uma tendência.
"O mês de julho é um mês mais
parado por causa das férias", disse. Apesar das férias, porém, Figueiredo disse que, no caso do
cheque especial, está ocorrendo
maior concorrência entre os bancos na oferta desse tipo de empréstimo.
"O cheque especial vem sendo
usado como instrumento de marketing para a captação de clientes", disse. O diretor lembrou que
já existem bancos adotando sistemas que oferecem taxas menores
para clientes que usam muito o
cheque.
A taxa de juros média anual do
cheque especial passou de 162,5%
ao ano para 147,5% ao ano. "O
cheque especial não é um crédito
típico, é de contingência. As pessoas não costumam perguntar de
quanto é a taxa de juros do cheque
especial quando abrem uma conta", disse.
O diretor do BC explicou ainda
que as taxas mais altas para o financiamento de automóveis, por
exemplo, podem ser um resultado do alongamento dos prazos de
pagamento.
Ao comentar o aumento generalizado da inadimplência de 90
dias nos créditos para as pessoas
físicas, Figueiredo disse que esse
também pode ser um fator para o
aumento das taxas.
Na aquisição de bens (exceto
automóveis), por exemplo, os
atrasos acima de 90 dias somaram, em julho, 8,39% do total desses empréstimos. Em maio, esse
percentual era de 7,29%.
Em relação ao volume de crédito, houve uma queda de 0,2% entre junho e julho, quando o volume passou de R$ 127,990 bilhões
para R$ 127,719 bilhões. O maior
percentual de aumento no volume de crédito foi registrado para
as operações de aquisição de
bens.
Figueiredo ressaltou ainda a
queda de 2,2 pontos percentuais
no spread (prêmio de risco) cobrado pelos bancos em suas operações de crédito para empresas.
"A queda é bastante expressiva",
disse.
O diretor justificou o nível ainda
elevado das taxas de juros cobradas pelos bancos pela perda de receita com a remuneração de suas
carteiras de títulos. "Os bancos
perderam com a queda da taxa
real de juros (acima da inflação).
Uma taxa de 10% (ao ano) não
torna rentável o balanço das instituições", disse.
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