|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ameaça de importação para conter preços foi mal-entendido, diz Malan
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, disse ontem em entrevista
à "Rádio Gaúcha" que "qualquer
empresário brasileiro é livre para
importar o que lhe pareça apropriado, se acha que o preço doméstico é excessivo e que consegue comprar com preço mais baixo no exterior".
Malan afirmou que houve um
mal-entendido com relação a suas
declarações, na sexta-feira passada. Na ocasião, o ministro afirmou que a importação seria uma
alternativa para conter preços.
"Isso (importar mais para segurar preços) já fizemos no passado
inúmeras vezes. Acho que, dependendo da situação de um produto
específico, é possível que se venha
a fazer (importar) no futuro, mas
somente depois de análise cuidadosa", disse Malan depois de um
debate com economistas em São
Paulo.
No mesmo dia, o ministro Alcides Tápias, do Desenvolvimento,
disse que poderia haver autorização para "a importação de produtos sucedâneos (similares) para
derrubar os preços, com aumento
da oferta para a população".
"Eu achei que a pergunta era
mais ligada a essas importações
em que o governo tem alguma influência maior, como algumas
commodities, por exemplo, no
mercado internacional", esclareceu o ministro Pedro Malan.
De acordo com Malan, os aumentos de preços que ocorreram
recentemente (alimentos, combustíveis, tarifas públicas e produtos de higiene) não têm sustentação.
Na avaliação dele, existem situações de aumento de preços que
são transitórias, pois resultam de
efeitos climáticos (geadas, enchentes e seca), levando à quebra
de safra. "Ocorreu no caso da cana-de-açúcar, por exemplo", citou o ministro.
Ele lembrou que a alta do preço
do petróleo no mercado internacional teve reflexos no Brasil, mas
a tendência é que o valor do barril
baixe nos próximos anos.
"Portanto, a inflação no Brasil
está e continuará sob controle: 6%
este ano, 4% no ano que vem e
3,5% em 2002 (com um intervalo
de variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo)", garantiu o ministro.
Ou seja, a inflação deverá ficar
dentro das metas fixadas pelo governo. E, para isso, o principal
instrumento do governo é a política do Banco Central para os juros básicos da economia, hoje em
16,5% ao ano.
O ministro voltou a criticar a
iniciativa do PT em propor um
plebiscito para a população opinar sobre o pagamento da dívida
externa brasileira. "É uma discussão fora do lugar, fora de tempo e
fora de foco", concluiu.
Texto Anterior: Governo já esperava alta, diz Figueiredo Próximo Texto: Energia: Eletricidade de Tucuruí vai atrasar 6 meses Índice
|