São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000


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Ameaça de importação para conter preços foi mal-entendido, diz Malan

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ontem em entrevista à "Rádio Gaúcha" que "qualquer empresário brasileiro é livre para importar o que lhe pareça apropriado, se acha que o preço doméstico é excessivo e que consegue comprar com preço mais baixo no exterior".
Malan afirmou que houve um mal-entendido com relação a suas declarações, na sexta-feira passada. Na ocasião, o ministro afirmou que a importação seria uma alternativa para conter preços.
"Isso (importar mais para segurar preços) já fizemos no passado inúmeras vezes. Acho que, dependendo da situação de um produto específico, é possível que se venha a fazer (importar) no futuro, mas somente depois de análise cuidadosa", disse Malan depois de um debate com economistas em São Paulo.
No mesmo dia, o ministro Alcides Tápias, do Desenvolvimento, disse que poderia haver autorização para "a importação de produtos sucedâneos (similares) para derrubar os preços, com aumento da oferta para a população".
"Eu achei que a pergunta era mais ligada a essas importações em que o governo tem alguma influência maior, como algumas commodities, por exemplo, no mercado internacional", esclareceu o ministro Pedro Malan.
De acordo com Malan, os aumentos de preços que ocorreram recentemente (alimentos, combustíveis, tarifas públicas e produtos de higiene) não têm sustentação.
Na avaliação dele, existem situações de aumento de preços que são transitórias, pois resultam de efeitos climáticos (geadas, enchentes e seca), levando à quebra de safra. "Ocorreu no caso da cana-de-açúcar, por exemplo", citou o ministro.
Ele lembrou que a alta do preço do petróleo no mercado internacional teve reflexos no Brasil, mas a tendência é que o valor do barril baixe nos próximos anos.
"Portanto, a inflação no Brasil está e continuará sob controle: 6% este ano, 4% no ano que vem e 3,5% em 2002 (com um intervalo de variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo)", garantiu o ministro.
Ou seja, a inflação deverá ficar dentro das metas fixadas pelo governo. E, para isso, o principal instrumento do governo é a política do Banco Central para os juros básicos da economia, hoje em 16,5% ao ano.
O ministro voltou a criticar a iniciativa do PT em propor um plebiscito para a população opinar sobre o pagamento da dívida externa brasileira. "É uma discussão fora do lugar, fora de tempo e fora de foco", concluiu.


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