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ENERGIA
Demora no início das obras da segunda fase da usina, no Pará, pode tornar maior o perigo de escassez de energia no país
Eletricidade de Tucuruí vai atrasar 6 meses
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S/A
As obras de duplicação da Usina
Hidrelétrica de Tucuruí (Pará)
devem provocar um atraso de pelo menos seis meses no início de
sua operação. A previsão era de a
segunda fase da usina entrar em
funcionamento em dezembro de
2002. Agora, o prazo se estendeu
para maio de 2003. O atraso pode
contribuir ainda mais para a
ameaça de falta de energia no
país.
A informação foi confirmada
ontem pelo presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz, responsável pela usina. Ele diz que
prepara um plano de emergência,
a ser apresentado nos próximos
dias à Eletrobrás, a fim de tentar
antecipar o prazo de operação para o fim de 2002.
Mas tal plano vai redundar em
aumento de despesas para o governo. O investimento global da
duplicação está orçado em US$ 2
bilhões, sem incluir essa complementação.
Muniz atribui o atraso das obras
à demora na autorização para a
contratação de empresas encarregadas pela segunda fase dos trabalhos.
Privatização
A previsão do governo federal
era vender Tucuruí ainda este ano
para a iniciativa privada. Segundo
a Folha apurou, a privatização
também deverá ser adiada em
função do atraso das obras de duplicação.
As empresas privadas não estariam interessadas em arcar com
os investimentos que faltam para
as obras da segunda fase de Tucuruí. O governo, por sua vez, não
admite a hipótese de vender apenas a parte da usina que já está
operando normalmente.
A usina de Tucuruí é uma das
mais importantes do país. Ela
funciona hoje com 12 máquinas e
tem capacidade instalada de 4,4
mil megawatts. O plano de investimento para a segunda fase da
usina, a chamada Tucuruí 2, prevê mais 11 máquinas com capacidade de geração total de 4 mil megawatts.
No cronograma do governo, a
primeira máquina da usina de
Tucuruí entraria em operação em
dezembro de 2002. A segunda ficaria pronta três meses depois. A
partir daí, cada uma das outras
nove passaria a operar a cada quatro meses.
O problema, segundo Muniz, é
que a segunda fase de Tucuruí está no plano prioritário do governo
para evitar ameaças de crise energia a médio prazo. "Com o atraso
de Tucuruí, o plano emergencial
das termelétricas tornou-se ainda
mais indispensável", diz Muniz.
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