São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000


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PECUÁRIA
Apenas 3,3% do dinheiro do programa havia sido liberado; ministério afirma que usou outra fonte de recursos
Verba para combater a aftosa não teria sido liberada

MARTA SALOMON
SECRETÁRIA DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Agricultura havia liberado até o início da crise da febre aftosa apenas 3,33% da verba prevista no Orçamento deste ano para combater a doença.
Dos R$ 15,9 milhões de gastos autorizados pela lei orçamentária, foram liberados R$ 512 mil até 18 de agosto, segundo pesquisa no Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais).
Mas, segundo o ministério, não falta dinheiro para combater a aftosa, cuja incidência já impôs o sacrifício de mais de 400 bois no Rio Grande do Sul.
Nota divulgada ontem pelo Ministério da Agricultura aponta cinco novos focos de febre aftosa no Rio Grande do Sul, além dos cinco já identificados nos últimos dias. Além dos casos no município de Jóia, foi registrada contaminação em Eugênio de Castro. A informação foi divulgada depois de reunião do ministro Marcus Pratini de Moraes (Agricultura) com secretários estaduais da Agricultura e pecuaristas.
Segundo o governo, o dinheiro para o combate à aftosa estaria sendo liberado por meio de outro programa do Orçamento, batizado de ""implantação de sistema unificado de apoio à sanidade agropecuária em instâncias intermediárias".
O secretário-executivo da Agricultura, Márcio Fortes de Almeida, disse que foram assinados em junho convênios com 20 Estados no valor de R$ 17,2 milhões.
A lista não inclui o Rio Grande do Sul, onde foram registrados casos de aftosa. O motivo, segundo ele, é que o Estado ainda não prestou contas de todo o dinheiro repassado pelo governo em 99.
""Há dinheiro disponível, e os Estados estão gastando por conta", disse Almeida, referindo-se às restrições para repasse de dinheiro em época de campanha eleitoral. ""Outros convênios ainda vão ser assinados", afirmou.
Pesquisa no Siafi, feita pelo gabinete do deputado Agnelo Queiroz (PC do B-DF) indica, no entanto, que, desse segundo programa, foram liberados até 18 de agosto apenas R$ 2,8 milhões, equivalentes a 5,24% do total.


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