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Crise faz gaúchos acusarem MS
CELSO BEJARANO JR.
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A crise política entre o governo
gaúcho e o Ministério da Agricultura devido à descoberta de focos
de febre aftosa no Estado se alastrou e envolveu um aliado dos
gaúchos, o também petista governo do Mato Grosso do Sul.
No fim-de-semana passado, o
secretário José Hermeto Hoffman
(Agricultura-RS) afirmou que o
foco de aftosa detectado na região
de Jóia (RS) pode ter sido provocado por bovinos de Mato Grosso
do Sul.
Hoffman afirmou que o vírus da
doença que contaminou o gado
gaúcho poderia ter entrado no Estado por meio de um carregamento de carne com osso de Mato
Grosso do Sul.
A declaração repercutiu mal
junto ao Estado aliado.
O secretário de Produção e Desenvolvimento Sustentável de
Mato Grosso do Sul, Márcio Portocarrero, considerou a declaração "leviana" e disse que o secretário gaúcho era ""um desinformado".
Antes, o governo gaúcho já havia criticado o governo federal pelas insinuações de despreparo,
feitas pelo ministro Pratini de
Moraes (Agricultura).
De acordo com Portocarrero, o
Ministério da Agricultura suspendeu a comercialização de carne
com osso para outros Estados
desde 1998, quando foram verificados focos da doença nos municípios de Naviraí (MS) e Porto
Murtinho (MS).
Naquela época, pelo menos
4.000 animais foram sacrificados.
"Não há como o rebanho gaúcho ser contaminado pela carne
de Mato Grosso do Sul, porque o
trabalho de vigilância, sorologia e
o simples fato do Rio Grande do
Sul não receber cortes de carne
procedente do Estado torna essa
possibilidade impossível."
Diante da declaração do secretário gaúcho, Portocarrero determinou o retornou imediato dos
três técnicos de Mato Grosso do
Sul especializados no combate à
febre aftosa que auxiliam as autoridades sanitárias na região de
Jóia.
A pedido do Ministério da Agricultura, os técnicos acabaram ficando na cidade gaúcha.
Portocarrero disse que Hoffman apresentou ontem, em carta
ao Ministério da Agricultura em
Brasília, um elenco de possibilidades para o contágio. E, neste documento, isentou o rebanho sul-matogrossense de culpa.
Segundo Portocarrero, Hoffman teria pedido desculpas e dito
que havia sido interpretado de
forma ""equívoca".
O rebanho de Mato Grosso do
Sul, o maior do país, com 23 milhões de cabeças, passa por um
período de inquérito soroepidemiológico, teste que pode credenciar o Estado a conquistar o mercado internacional.
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