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HOSPITAL EM REFORMA
Dirigente diz que, agora, poderá contatar setor produtivo
Estou presidente do BNDES, diz Lessa
ALINE FELKL
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Carlos Lessa, disse ontem, em Florianópolis
(SC), que "está presidente" do
banco e que as mudanças na administração o favorecem.
Lessa descartou haver uma crise
motivada pela reestruturação feita no banco. Segundo ele, com as
mudanças, poderá viajar pelo
Brasil para contatos com o setor
produtivo e com governos.
"Estou presidente do BNDES há
sete, oito meses e quase não pude
sair do Rio e de Brasília, com exceção de uma viagem para o Chile. Finalmente ontem [quinta-feira] pude sair do casulo", disse
Lessa a diretores da Federação das
Indústrias do Estado de Santa Catarina, numa referência direta ao
seu desligamento do que o governo federal chama de "funções burocráticas", traduzida na efetiva
gestão da instituição, repassada
ao vice-presidente Darc Costa.
"O banco não vem sendo procurado pela indústria, que ainda
avalia para onde a economia vai.
Mas espero ouvir novos projetos,
recolher informações e sugestões
para aperfeiçoar o banco."
Antes da conversa com os empresários, reafirmou que a troca
de postos no banco não passa de
"arrumação da casa".
A segunda reforma administrativa da atual gestão vem sendo
creditada à insatisfação com a
conduta de Lessa e ao afastamento de gestores com larga experiência que ocupavam postos-chave
no governo passado.
"A crítica que aparece hoje é pela remoção dos 27 superintendentes que fiz há sete meses, reduzindo para 11. Mas todos são funcionários de carreira do banco. Que
vêm do período militar, do governo Sarney. As carreiras deles são
intocáveis, dependem dos seus
méritos. Agora, as funções que
eles exercem são uma decisão da
administração do banco."
Sobre novos projetos do
BNDES, a indústria da construção
naval é um dos motivos que o levaram a se encontrar com empresários do setor em Santa Catarina,
interessados na construção de
dois navios-tanque.
"O [presidente] Lula quer reativar a indústria petroleira. A Petrobras precisa de mais petroleiros,
nós estamos pensando muito numa frota pesqueira de alto-mar
para ir atrás de atum. E, pouco a
pouco, também reativar a Marinha Mercante. Mas antes precisamos modernizar os estaleiros, que
não têm capacidade para isso."
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