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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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HOSPITAL EM REFORMA

Dirigente diz que, agora, poderá contatar setor produtivo

Estou presidente do BNDES, diz Lessa

ALINE FELKL
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, disse ontem, em Florianópolis (SC), que "está presidente" do banco e que as mudanças na administração o favorecem.
Lessa descartou haver uma crise motivada pela reestruturação feita no banco. Segundo ele, com as mudanças, poderá viajar pelo Brasil para contatos com o setor produtivo e com governos.
"Estou presidente do BNDES há sete, oito meses e quase não pude sair do Rio e de Brasília, com exceção de uma viagem para o Chile. Finalmente ontem [quinta-feira] pude sair do casulo", disse Lessa a diretores da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, numa referência direta ao seu desligamento do que o governo federal chama de "funções burocráticas", traduzida na efetiva gestão da instituição, repassada ao vice-presidente Darc Costa.
"O banco não vem sendo procurado pela indústria, que ainda avalia para onde a economia vai. Mas espero ouvir novos projetos, recolher informações e sugestões para aperfeiçoar o banco."
Antes da conversa com os empresários, reafirmou que a troca de postos no banco não passa de "arrumação da casa".
A segunda reforma administrativa da atual gestão vem sendo creditada à insatisfação com a conduta de Lessa e ao afastamento de gestores com larga experiência que ocupavam postos-chave no governo passado.
"A crítica que aparece hoje é pela remoção dos 27 superintendentes que fiz há sete meses, reduzindo para 11. Mas todos são funcionários de carreira do banco. Que vêm do período militar, do governo Sarney. As carreiras deles são intocáveis, dependem dos seus méritos. Agora, as funções que eles exercem são uma decisão da administração do banco."
Sobre novos projetos do BNDES, a indústria da construção naval é um dos motivos que o levaram a se encontrar com empresários do setor em Santa Catarina, interessados na construção de dois navios-tanque.
"O [presidente] Lula quer reativar a indústria petroleira. A Petrobras precisa de mais petroleiros, nós estamos pensando muito numa frota pesqueira de alto-mar para ir atrás de atum. E, pouco a pouco, também reativar a Marinha Mercante. Mas antes precisamos modernizar os estaleiros, que não têm capacidade para isso."


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