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Bancos e consultorias revêem para
baixo perspectiva do PIB em 2003
DA REPORTAGEM LOCAL
A divulgação do resultado do
PIB (Produto Interno Bruto
-queda de 1,6% no segundo trimestre em relação aos primeiros
três meses deste ano - anteontem foi como um balde de água
fria sobre as estimativas de crescimento em 2003. Ontem, a maior
parte dos bancos, consultorias e
institutos de pesquisa já havia revisado suas contas para baixo. O
consenso recuou de 1,5% de expansão do PIB para algo entre
0,5% e 1% neste ano.
"Isso mostra que os efeitos da
política monetária adotada foram
muito fortes, bem mais do que esperávamos. Por um lado, a inflação foi combatida e está sob controle, mas a contrapartida foi uma
forte desaceleração da atividade
econômica", diz Paulo Levy, diretor do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada).
Segundo Levy, o Ipea vai anunciar na semana que vem sua nova
projeção oficial para o desempenho do PIB em 2003. Mas adianta:
deverá cair da atual previsão de
1,6% para algo entre 0,5% e 1%.
Relatório divulgado pelo Unibanco também aponta para a
mesma direção. A instituição revê
sua estimativa para crescimento
neste ano de 1,3% para 0,5%.
E alerta que o resultado poderá
ser ainda pior: "Revisamos nossa
estimativa para crescimento do
PIB este ano significativamente
de 1,3% para 0,5%, e também não
descartamos a possibilidade de
terminarmos 2003 com um resultado ainda pior".
O Itaú é outro banco que está
mais pessimista em relação às
possibilidades de crescimento
econômico em 2003. Segundo
Joel Bogdanski, gerente de política monetária da instituição, a estimativa anterior de 1,45% será revista para menos de 1%.
"Embora o resultado da economia em 2003 deva ser bem pior
que o esperado, o fundo do poço
já passou", afirma Bogdanski.
Retomada
A opinião do economista também é consensual no mercado.
Para os especialistas, a economia
já dá sinais de recuperação neste
terceiro trimestre:
"Em termos macroeconômicos,
já estão dadas as condições para a
retomada de um crescimento sustentado. Ainda faltam avanços
nas reformas, na microeconomia,
mas um passo importante já foi
dado", diz Levy do Ipea.
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