São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2004

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Dilma entra em conflito com diretor da ANP

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, se irritou ontem com as declarações do diretor-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo), Sebastião do Rego Barros, sobre a próxima rodada de licitação de blocos de petróleo e disse que ele não tem competência legal para decidir o assunto.
"Não é atribuição da ANP nem do diretor-geral, segundo a Lei do Petróleo, definir a política de petróleo do país. Cabe à ANP, como órgão regulador, aplicar as políticas definidas pelo CNPE [Conselho Nacional de Política Energética]", disse Dilma durante teleconferência com jornalistas.
Na sexta-feira, Barros rebateu as declarações da secretária-executiva do ministério, Maria da Graça Foster, de que ainda não estava definida, para o próximo ano, a sétima rodada de licitação.
"O país não pode ficar sentado em cima das reservas", disse Barros, sobre as afirmações de Foster. A ministra afirmou que "estranhou" e "ficou surpresa" com as declarações de Barros.
Segundo ela, a sétima rodada será realizada. "Não é uma questão que está em debate." O que está em discussão, diz, é o momento em que ocorrerá e o formato das licitações. O assunto será decidido no CNPE. Ela adiantou que o sétimo leilão não será em agosto de 2005, considerado um mês ruim devido às férias na Europa.
"Estou achando que o embaixador quer fazer política. Ele está politizando um debate que tem de ser técnico", disse. "A ANP e sua presidência só podem se posicionar por requisição do CNPE."
A ministra enfatizou que o país precisa de uma política de longo prazo para a exploração do petróleo e de discutir questões, antes de definir a sétima rodada, como a da matriz energética brasileira.
Sobre as queixas da ANP em relação a baixos repasses de recursos, limitou-se a dizer que a falta de dinheiro é uma realidade de todos os ministérios. Também afirmou que ainda não há definição sobre o reajuste da gasolina.


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