São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2008

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Megacampos podem elevar as reservas internacionais a US$ 400 bi, diz Mantega

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem, em Campinas (95 km de SP), que os valores de reservas internacionais -ativos que o país possui no exterior- devem dobrar, passando de US$ 200 bilhões para US$ 400 bilhões, com as negociações do gás e do petróleo existente nas camadas pré-sal a partir de 2010 ou 2011.
As reservas internacionais fecharam os cinco primeiros meses deste ano em US$ 197,9 bilhões, de acordo com dados do Banco Central.
"A economia brasileira vai melhorar ainda mais com a entrada do petróleo do pré-sal, que se dará, não imediatamente, mas a partir de 2010 ou 2011. Hoje temos US$ 200 bilhões de reservas e vamos ter muito mais do que isso porque vamos nos tornar exportadores de petróleo. Vamos acumular reservas de US$ 300 a US$ 400 bilhões, certamente. Não haverá mais problemas de contas externas no Brasil."
Mantega fez palestra sobre o tema "Crise Mundial, Desafios e Potencialidades do Brasil", no Instituto de Economia da Unicamp. Durante a palestra, o ministro disse que a descoberta do petróleo do pré-sal colocará o Brasil entre os dez primeiros produtores mundiais de gás e petróleo. "As reservas que foram encontradas são de grande magnitude e nos colocarão entre os dez primeiros grandes produtores mundiais de gás e petróleo -nos transformaremos em exportadores de petróleo. Isto nos ajudará a sanear as contas externas", disse.
O ministro disse ainda que o governo federal quer alcançar o superávit nominal (o resultado da receita menos a despesa) até 2010 com o corte dos gastos correntes, principalmente os gastos com pessoal.
"Poderemos alcançar isso até 2010, essa é uma meta que eu tenho, uma meta da área econômica do governo e esse superávit será conseguido com o controle de aumento de gastos públicos", afirmou.
"Como estamos melhorando com o resultado fiscal, acho que chegou o momento de evoluir, valorizar, perseguir agora um superávit nominal, ter um resultado total das contas públicas positivo", disse Mantega.
O ministro voltou a afirmar que acredita na manutenção do crescimento econômico, em 2009, em torno de 5% e disse para a platéia não acreditar em "projeções" de analistas econômicos sobre o crescimento do país. "Não acreditem nessas projeções. Aliás, vocês deveriam cobrar estas projeções porque eles erram uma atrás da outra e ganham grandes fortunas para dar consultoria", disse o ministro.


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