São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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Fundo recomenda aterrissagem da China

DE WASHINGTON

A China tem sido responsável por algo entre 30% e 50% do crescimento da demanda por petróleo em 2004. A Índia, por outros 10%, estimou ontem o FMI.
"A questão no momento não é se a China terá uma aterrissagem forçada ou suave, mas se vai, de fato, aterrissar. Em seu próprio interesse, recomendamos que o país aterrisse", disse Raghuram Rajan, economista-chefe do FMI.
Qualificando o crescimento chinês como "fenomenal", Rajan afirmou que a pressão chinesa sobre os preços do petróleo poderia ser menor caso a economia mundial não estivesse se recuperando como um todo.
"Mas, a longo prazo, será insustentável para o mundo uma situação em que chineses e indianos usem petróleo de maneira tão ineficiente quanto as famílias suburbanas americanas", disse.
Com crescimento de 9% previsto para 2004, a China, segundo o FMI, poderá sustentar taxas elevadas pelos próximos 20 anos.
"Isso deve resultar em uma substancial reorganização da produção global, mais ainda se a Índia seguir o mesmo caminho", diz relatório do Fundo.
Estudo divulgado anteontem pelo Banco Mundial também mostrou China e Índia ganhando terreno entre os países que mais atraem investimentos por causa de um clima positivo para os negócios. O mesmo relatório considerou o Brasil um dos piores.
O FMI prevê um pequeno desaquecimento para a China a partir de 2005 (quando o país deve crescer 7,5%) e recomenda medidas para evitar um reaquecimento muito forte nos próximos anos.
Segundo estudo do Fundo, a aceleração chinesa atual segue o mesmo padrão de dois ciclos de crescimento na década de 80 que resultaram em "aterrissagens forçadas", provocadas por fortes ondas inflacionárias.
A partir de 1992, o país entrou em novo ciclo de recuperação, ao atingir crescimento de 14% anuais. De novo, a inflação voltou. Bateu em 24% em 1994 e só foi controlada dois anos depois.
O FMI acredita que, desta vez, as autoridades chinesas tomarão medidas preventivas para desacelerar o país antes que a inflação repita a história recente. (FCz)


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