São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

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Sindicalistas travam luta em greve dos bancários

Oposição diz que paralisação atinge 80 mil em 13 Estados; CUT não confirma

Para bancos, movimento é esparso e parcial; em Brasília, sindicato estima adesão de 70% dos 20 mil bancários


CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas das eleições, dirigentes de sindicatos dos bancários do país travam uma guerra de números -e de poder no movimento sindical- na paralisação feita pelos funcionários do setor por aumento salarial.
Integrantes da Conlutas (ligados ao PSTU) e sindicalistas do PSOL, que fazem parte do movimento nacional de oposição bancária, estimam que a greve por tempo indeterminado, iniciada em algumas regiões do país na última quarta-feira, atinge 80 mil funcionários em 17 cidades de 13 Estados.
A Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), representante de 140 sindicatos, informa não ter um índice de adesão ao movimento. No país, são 400 mil funcionários em campanha salarial.
A disputa se intensificou na terça-feira, quando os bancários fizeram uma paralisação nacional por 24 horas.
Após recusar a proposta de reajuste de 2% feita pelos bancos, o Comando Nacional dos Bancários (formado por dirigentes ligados à CUT) orientou as entidades a fazer assembléias na próxima quarta e decretar greve por tempo indeterminado a partir de quinta.
Enquanto isso, sindicatos de algumas regiões optaram pela greve ainda nesta semana -seja por pressão dos funcionários ou da oposição.
Em São Paulo, só aderiu à paralisação o sindicato de Bauru e região, que representa bancários de 32 cidades. "O comando de greve é formado por dirigentes sindicais que são governistas. Além de pactuar com a atual política econômica, não querem causar problemas no processo eleitoral. Deveriam respeitar a vontade do trabalhador que está disposto a fazer greve", diz Marcos Lenharo, sindicalista de Bauru.
Os cutistas devolvem as críticas. "A oposição tenta se aproveitar de uma insatisfação política da categoria para tirar proveito [sindical e eleitoral]", diz Jacy de Melo, presidente do sindicato de Brasília e integrante do comando de greve.
No Distrito Federal, onde a paralisação contou com a adesão de 70% dos cerca de 20 mil bancários da região, a maior parte da direção da entidade é ligada à Articulação Sindical, corrente majoritária na CUT.
Segundo Melo, a greve atingiu ao menos 40 agências da Caixa Econômica Federal e 60 das 90 agências do Banco do Brasil no Estado. Para a Caixa, foram afetadas só 34 de suas 2.400 agências. O BB não divulgou balanço. "A paralisação é esparsa e parcial. São piquetes localizados para incomodar os clientes", diz Magnus Apostólico, representante dos bancos.


Colaborou a Sucursal de Brasília

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