|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sindicalistas travam luta em greve dos bancários
Oposição diz que paralisação atinge 80 mil em 13 Estados; CUT não confirma
Para bancos, movimento é esparso e parcial; em Brasília, sindicato
estima adesão de 70% dos 20 mil bancários
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas das eleições, dirigentes de sindicatos dos bancários do país travam uma guerra
de números -e de poder no
movimento sindical- na paralisação feita pelos funcionários
do setor por aumento salarial.
Integrantes da Conlutas (ligados ao PSTU) e sindicalistas
do PSOL, que fazem parte do
movimento nacional de oposição bancária, estimam que a
greve por tempo indeterminado, iniciada em algumas regiões
do país na última quarta-feira,
atinge 80 mil funcionários em
17 cidades de 13 Estados.
A Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), representante de 140 sindicatos,
informa não ter um índice de
adesão ao movimento. No país,
são 400 mil funcionários em
campanha salarial.
A disputa se intensificou na
terça-feira, quando os bancários fizeram uma paralisação
nacional por 24 horas.
Após recusar a proposta de
reajuste de 2% feita pelos bancos, o Comando Nacional dos
Bancários (formado por dirigentes ligados à CUT) orientou
as entidades a fazer assembléias na próxima quarta e decretar greve por tempo indeterminado a partir de quinta.
Enquanto isso, sindicatos de
algumas regiões optaram pela
greve ainda nesta semana -seja por pressão dos funcionários
ou da oposição.
Em São Paulo, só aderiu à paralisação o sindicato de Bauru e
região, que representa bancários de 32 cidades. "O comando
de greve é formado por dirigentes sindicais que são governistas. Além de pactuar com a
atual política econômica, não
querem causar problemas no
processo eleitoral. Deveriam
respeitar a vontade do trabalhador que está disposto a fazer
greve", diz Marcos Lenharo,
sindicalista de Bauru.
Os cutistas devolvem as críticas. "A oposição tenta se aproveitar de uma insatisfação política da categoria para tirar proveito [sindical e eleitoral]", diz
Jacy de Melo, presidente do
sindicato de Brasília e integrante do comando de greve.
No Distrito Federal, onde a
paralisação contou com a adesão de 70% dos cerca de 20 mil
bancários da região, a maior
parte da direção da entidade é
ligada à Articulação Sindical,
corrente majoritária na CUT.
Segundo Melo, a greve atingiu ao menos 40 agências da
Caixa Econômica Federal e 60
das 90 agências do Banco do
Brasil no Estado. Para a Caixa,
foram afetadas só 34 de suas
2.400 agências. O BB não divulgou balanço. "A paralisação é
esparsa e parcial. São piquetes
localizados para incomodar os
clientes", diz Magnus Apostólico, representante dos bancos.
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: Varejo deve ter expansão menor que a prevista Índice
|