|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Turismo vê receita 8% maior no semestre
81% das empresas pesquisadas pela FGV projetam alta no faturamento de julho a dezembro em relação ao ano passado
Entre os meses de janeiro e julho, houve 26,9 milhões de desembarques nacionais,
alta de 11,5% em relação ao mesmo período de 2005
FABÍOLA SALANI
DA REDAÇÃO
Todos os setores do turismo
estão otimistas para o desempenho neste semestre. Segundo dados do 11º Boletim de Desempenho Econômico do Turismo da FGV (Fundação Getulio Vargas), 81% dos empresários prevêem aumento de faturamento de julho a dezembro
deste ano em relação ao mesmo
período de 2005.
E a média ponderada é de um
crescimento de 8,3% no faturamento neste semestre. Para o
semestre terminado em junho,
a estimativa é que tenha havido
um incremento de 12,7% no faturamento sobre o mesmo período do ano passado. A pesquisa foi feita com 762 empresas
de oito segmentos.
"O otimismo tem sido detectado há três anos nessa pesquisa e se confirmado depois nos
dados de faturamento e de movimento", afirmou Adonai Teles, coordenador do boletim no
Núcleo de Turismo da FGV.
Nos últimos anos, o movimento em aeroportos medido
pela Infraero tem crescido. De
janeiro a julho, último dado
disponível, houve 26,9 milhões
de desembarques nacionais
-alta de 11,5% em relação ao
mesmo período de 2005.
Outro indicativo, que é a entrada de divisas por turistas estrangeiros, também mostra
evolução ano a ano. Neste mesmo período de janeiro a julho
(dados mais recentes), a receita
totalizou US$ 2,5 bilhões,
16,4% a mais do que nos sete
primeiros meses de 2005.
Para Teles, os percentuais
que aparecem no resultado do
boletim em si não são o principal da pesquisa. "O número é o
indicador, na verdade, de quão
forte é esse otimismo do setor."
Influência da Varig
Ele ressalta que, nessa edição
do boletim, a Varig não respondeu ao questionário e, por isso,
o segmento de companhias aéreas está com uma base muito
diferente daquela que vinha
sendo usada nas dez pesquisas
anteriores.
Para José Francisco de Salles
Lopes, diretor de Estudos e
Pesquisas da Embratur, a situação da Varig foi, inclusive, a que
teve impacto negativo no setor
de receptivo, o que mais demitiu no segundo trimestre e o
que mais prevê cortes de pessoal para este semestre, de
acordo com os dados apurados
pelo boletim da FGV.
"Só em julho e agosto, foram
587 mil assentos a menos no setor internacional, e isso dificultou a chegada dos turistas ao
Brasil", afirmou.
O balanço da Infraero confirma esse impacto: o total de desembarques internacionais
caiu 2,7% nos sete primeiros
meses do ano, com redução
concentrada em junho e julho.
Já para o consultor Marcello
Chiavone Pontes, professor da
ESPM, a queda da Varig foi importante para o internacional,
mas não tanto para o nacional.
"[A crise da Varig] Não é o único fator que impede o crescimento do setor", afirmou.
Na visão do consultor, "o resultado do boletim mostra um
cenário otimista em relação à
melhora do setor. No entanto,
ainda há muito a ser feito. Turismo é uma atividade que se
constrói a longo prazo e, para
isso, deve ser uma política de
Estado, e não de um governo".
Pontes destaca o efeito cascata de melhorias na atividade
turística para a população: "Se
uma estrada é melhorada para
que os turistas cheguem ali, a
população tem maior facilidade
de ir e vir. O emprego no turismo exige mais qualificação e,
portanto, provê uma renda melhor", afirmou.
Texto Anterior: Shoppings vão contratar 85 mil temporários Próximo Texto: Internet transfere "riqueza" para as redes Índice
|