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Governo quer que bancos devolvam R$ 800 milhões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo errou no pagamento de R$ 800 milhões da dívida do SFH aos bancos e pretende receber o dinheiro de volta a partir do ano que vem.
Os bancos, no entanto, não
querem pagar à vista, como determina a lei em vigor.
O erro tem origem no cadastro de mutuários do SFH, conhecido como Cadmut, que é
incompleto. É nesse sistema
informatizado que os bancos,
cooperativas de crédito e demais agentes que concederam
empréstimos pelo SFH têm de
incluir os detalhes de todos os
contratos assinados.
O problema é que não há prazo final para fazer o registro e a
qualquer momento podem ser
incluídos novos contratos. É
daí que aparecem os pagamentos indevidos. Quando o governo pagou os R$ 800 milhões
que tenta reaver agora, não havia sinais de duplicidade no cadastro oficial.
Depois que a dívida foi quitada, novos contratos foram incluídos no Cadmut e descobriu-se a duplicidade. Pela legislação, o governo só pode pagar aos bancos o saldo devedor
de um financiamento por mutuário. Se há mais de um contrato, recebe o banco que concedeu o empréstimo primeiro.
O governo tem autorização
legal para sacar o dinheiro pago
a mais das reservas bancárias,
recurso que os bancos são obrigados a deixar depositado no
BC. Isso, no entanto, nunca foi
feito porque não havia regulamentação sobre o assunto.
As regras só foram definidas
pelo governo em março e os
bancos têm prazo até o final de
2008 para provarem que o pagamento não é indevido. Se não
conseguirem, o Tesouro poderá fazer o saque.
"O sistema financeiro espera
que o governo feche o cadastro.
Enquanto isso não acontecer,
haverá sempre o risco potencial de duplicidade. Recebemos
um título de 20 anos e queremos devolver o dinheiro ao governo da mesma forma que recebemos", diz o diretor de crédito imobiliário da Febraban,
Osmar Roncolato.
O Tesouro Nacional, responsável pela cobrança da dívida,
afirma que está estudando a
proposta dos bancos de fazer o
ressarcimento em títulos públicos ou com um desconto para pagamento à vista.
(LP)
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