São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 2002

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TRABALHO

Rendimento dos trabalhadores na região metropolitana cai 7,2% na comparação entre agosto de 2001 e de 2002

Desemprego sobe pelo 2º mês seguido em SP

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo segundo mês consecutivo, o desemprego subiu na região metropolitana de São Paulo e passou de 18,3% em agosto para 18,9% da população economicamente ativa em setembro. Os rendimentos dos trabalhadores caíram 7,2% na comparação de agosto com igual mês de 2001.
Essa é a maior taxa de desemprego para os meses de setembro desde 99, quando 19,7% da população ativa estava sem trabalho. As informações são da Fundação Seade e do Dieese.
Registrar aumento do desemprego no mês de setembro, segundo os pesquisadores, é "atípico e preocupante" -nesse mês tradicionalmente ocorre abertura de vagas, não fechamento. Além de 37 mil postos de trabalho terem sido fechados, outras 24 mil pessoas passaram a buscar trabalho. Com isso, o total de pessoas sem emprego na Grande São Paulo é de 1,797 milhão.
O coordenador técnico do Dieese, Sérgio Mendonça, destacou que desde 85 o nível de emprego não caía na região em um mês de setembro -a queda foi de 0,5%. "Foi a primeira vez que o setor de serviços demitiu nessa época do ano desde 1989. A queda na renda do trabalhador, que deixa de contratar serviços pessoais, e a redução das atividades industriais podem explicar esse movimento."
Em setembro, a indústria demitiu 46 mil trabalhadores (principalmente os com carteira assinada e os autônomos), os serviços eliminaram 43 mil vagas e o comércio criou 10 mil postos (com e sem carteira). Em outros setores (inclui construção civil e serviços domésticos) foram abertos 42 mil postos de trabalho.
Para os próximos meses e 2003, as expectativas não são otimistas. "Em 2002 devemos ter a segunda maior taxa de desemprego. Só no primeiro semestre deste ano a taxa média é de 19,4%. No segundo semestre há certa pressão para diminuir, mas a queda não deve ser tão significativa. No melhor dos cenários, o desemprego deve começar a cair só em 2004." A pior taxa média registrada na Grande São Paulo foi em 99, quando o desemprego atingiu 19,3%.
Apesar de o rendimento médio dos ocupados ter subido 1,1% em agosto, na comparação com igual mês de 2001 a queda é de 7,2% -ou seja, o salário médio baixou de R$ 909 para R$ 843.
Os mais afetados foram os autônomos que tiveram seus rendimentos reduzidos em 13,4%. "De 1995 a 2001, os autônomos tiveram queda de 33,6% no rendimento", disse Mendonça.


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