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TRABALHO
Rendimento dos trabalhadores na região metropolitana cai 7,2% na comparação entre agosto de 2001 e de 2002
Desemprego sobe pelo 2º mês seguido em SP
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo segundo mês consecutivo,
o desemprego subiu na região
metropolitana de São Paulo e passou de 18,3% em agosto para
18,9% da população economicamente ativa em setembro. Os rendimentos dos trabalhadores caíram 7,2% na comparação de
agosto com igual mês de 2001.
Essa é a maior taxa de desemprego para os meses de setembro
desde 99, quando 19,7% da população ativa estava sem trabalho.
As informações são da Fundação
Seade e do Dieese.
Registrar aumento do desemprego no mês de setembro, segundo os pesquisadores, é "atípico e preocupante" -nesse mês
tradicionalmente ocorre abertura
de vagas, não fechamento. Além
de 37 mil postos de trabalho terem sido fechados, outras 24 mil
pessoas passaram a buscar trabalho. Com isso, o total de pessoas
sem emprego na Grande São Paulo é de 1,797 milhão.
O coordenador técnico do Dieese, Sérgio Mendonça, destacou
que desde 85 o nível de emprego
não caía na região em um mês de
setembro -a queda foi de 0,5%.
"Foi a primeira vez que o setor de
serviços demitiu nessa época do
ano desde 1989. A queda na renda
do trabalhador, que deixa de contratar serviços pessoais, e a redução das atividades industriais podem explicar esse movimento."
Em setembro, a indústria demitiu 46 mil trabalhadores (principalmente os com carteira assinada e os autônomos), os serviços
eliminaram 43 mil vagas e o comércio criou 10 mil postos (com e
sem carteira). Em outros setores
(inclui construção civil e serviços
domésticos) foram abertos 42 mil
postos de trabalho.
Para os próximos meses e 2003,
as expectativas não são otimistas.
"Em 2002 devemos ter a segunda
maior taxa de desemprego. Só no
primeiro semestre deste ano a taxa média é de 19,4%. No segundo
semestre há certa pressão para diminuir, mas a queda não deve ser
tão significativa. No melhor dos
cenários, o desemprego deve começar a cair só em 2004." A pior
taxa média registrada na Grande
São Paulo foi em 99, quando o desemprego atingiu 19,3%.
Apesar de o rendimento médio
dos ocupados ter subido 1,1% em
agosto, na comparação com igual
mês de 2001 a queda é de 7,2%
-ou seja, o salário médio baixou
de R$ 909 para R$ 843.
Os mais afetados foram os autônomos que tiveram seus rendimentos reduzidos em 13,4%. "De
1995 a 2001, os autônomos tiveram queda de 33,6% no rendimento", disse Mendonça.
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