São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 2002

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Metalúrgico da Força recusa 8% de reajuste

DA REPORTAGEM LOCAL

Os metalúrgicos da Força Sindical recusaram ontem proposta de 8% de reajuste salarial feita por empresários do setor de autopeças e devem paralisar as atividades das principais fábricas desse ramo na sexta-feira.
Nesse dia, a categoria deve fazer greve de 24 horas para pressionar propostas de reajustes acima da inflação acumulada nos últimos 12 meses -que deve ficar entre 9,5% e 9,7%, de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
As empresas de autopeças empregam cerca de 170 mil trabalhadores no Estado de São Paulo, segundo a federação dos metalúrgicos da Força Sindical. A entidade representa 49 sindicatos paulistas, que reúnem 700 mil trabalhadores, com data-base em 1º de novembro. Na campanha deste ano, a categoria reivindica 15% de reajuste salarial (inclui aumento real), redução da jornada de trabalho, participação nos lucros e resultados e aumento no piso profissional para repor perdas de 13,77% acumuladas desde o Plano Real, de acordo com estudo feito pela central.
Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Eleno José Bezerra, a proposta das autopeças previa 3% de reajuste em novembro e o restante em janeiro. Em dezembro, seria concedido abono de 5% sobre os salários já corrigidos de novembro.
"Isso não é o suficiente nem para repor a inflação acumulada no ano, estimada em cerca de 9,7%, pelo INPC ", disse o sindicalista.
Os trabalhadores também já recusaram a oferta de reajuste parcelado de 7,5% feita por representantes patronais do grupo 9 (inclui empresas de máquinas, eletroeletrônicos, entre outras).
Não houve acordo também no setor siderurgia. Em reunião ontem com os trabalhadores não foi feita proposta salarial, segundo Bezerra.

Greve
Sem reajustes salariais, os metalúrgicos da Força preparam greve na sexta-feira nas principais indústrias de São Paulo. A idéia é fazer uma passeata na avenida Paulista, a partir das 11h.
Haverá uma concentração na estação Paraíso do metrô às 10h. De lá, os trabalhadores seguem até o prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), onde devem fazer uma manifestação.
"Nossa previsão é que entre 100 mil e 120 mil metalúrgicos devam parar nas empresas de todos os setores metalúrgicos. É a única forma que encontramos para que os empresários negociem reajustes melhores", disse o secretário-geral do sindicato. (CR)

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