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Metalúrgico da Força recusa 8% de reajuste
DA REPORTAGEM LOCAL
Os metalúrgicos da Força Sindical recusaram ontem proposta de
8% de reajuste salarial feita por
empresários do setor de autopeças e devem paralisar as atividades das principais fábricas desse
ramo na sexta-feira.
Nesse dia, a categoria deve fazer
greve de 24 horas para pressionar
propostas de reajustes acima da
inflação acumulada nos últimos
12 meses -que deve ficar entre
9,5% e 9,7%, de acordo com o
INPC (Índice Nacional de Preços
ao Consumidor).
As empresas de autopeças empregam cerca de 170 mil trabalhadores no Estado de São Paulo, segundo a federação dos metalúrgicos da Força Sindical. A entidade
representa 49 sindicatos paulistas,
que reúnem 700 mil trabalhadores, com data-base em 1º de novembro. Na campanha deste ano,
a categoria reivindica 15% de reajuste salarial (inclui aumento
real), redução da jornada de trabalho, participação nos lucros e
resultados e aumento no piso
profissional para repor perdas de
13,77% acumuladas desde o Plano
Real, de acordo com estudo feito
pela central.
Segundo o secretário-geral do
Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo, Eleno José Bezerra, a
proposta das autopeças previa 3%
de reajuste em novembro e o restante em janeiro. Em dezembro,
seria concedido abono de 5% sobre os salários já corrigidos de novembro.
"Isso não é o suficiente nem para repor a inflação acumulada no
ano, estimada em cerca de 9,7%,
pelo INPC ", disse o sindicalista.
Os trabalhadores também já recusaram a oferta de reajuste parcelado de 7,5% feita por representantes patronais do grupo 9 (inclui empresas de máquinas, eletroeletrônicos, entre outras).
Não houve acordo também no
setor siderurgia. Em reunião ontem com os trabalhadores não foi
feita proposta salarial, segundo
Bezerra.
Greve
Sem reajustes salariais, os metalúrgicos da Força preparam greve
na sexta-feira nas principais indústrias de São Paulo. A idéia é fazer uma passeata na avenida Paulista, a partir das 11h.
Haverá uma concentração na
estação Paraíso do metrô às 10h.
De lá, os trabalhadores seguem
até o prédio da Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo), onde devem fazer uma
manifestação.
"Nossa previsão é que entre 100
mil e 120 mil metalúrgicos devam
parar nas empresas de todos os
setores metalúrgicos. É a única
forma que encontramos para que
os empresários negociem reajustes melhores", disse o secretário-geral do sindicato.
(CR)
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