São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 2002

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CRÉDITO

BC inclui financiamento corrigido pelo câmbio

Cálculo novo derruba juro médio cobrado em empréstimo bancário

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Levantamento realizado pelo Banco Central mostra que os juros cobrados nos empréstimos bancários registraram forte queda no mês passado. O recuo se deu, em grande parte, graças à nova metodologia adotada pelo BC para fazer a pesquisa.
Entre agosto e setembro, segundo o BC, os juros médios cobrados pelos bancos passaram de 46,3% ao ano para 43,6% ao ano. Essa queda reflete o recuo nas taxas cobradas nas operações de crédito oferecidas para empresas.
Neste mês, o BC passou a incluir no cálculo dos juros médios cobrados pelos bancos a taxa praticada em empréstimos corrigidos pela taxa de câmbio. A maior parte desses créditos se refere aos financiamentos às exportações, que são corrigidos pelo dólar.
Em geral, os bancos praticam juros mais baixos nos empréstimos concedidos aos exportadores, já que o nível de inadimplência é pequeno. Pelo método antigo, a taxa média estaria em 62,3% ao ano, e não em 43,6%.
"Essas são as taxas que são efetivamente pagas para conseguir crédito no Brasil hoje", afirma o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
Antes, o BC não incluía os empréstimos corrigidos pelo câmbio na sua estatística porque havia dúvidas em relação ao modo como isso poderia ser calculado. A saída, segundo Lopes, foi incluir nas taxas a expectativa sobre o comportamento futuro da cotação do dólar.
Por esse critério, em setembro, os bancos cobraram, segundo o BC, juros de 6,5% ao ano nos seus empréstimos corrigidos pelo dólar. Essa taxa inclui uma expectativa de queda do dólar para os próximos meses, que, segundo Lopes, estão embutidos nas cotações dos contratos futuros negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Além disso, o BC passou a incluir na sua estatística os financiamentos obtidos por grandes empresas, que costumam pagar juros mais baixos do que o normal. No mês passado, a taxa média cobrada nesse segmento ficou em 25,9% ao ano. Em operações convencionais, os juros praticados ficaram em 42,3% ao ano.
No caso das pessoas físicas, os juros registraram um ligeiro recuo, de 75,3% ao ano para 74,7% ao ano. Essa taxa, porém, deve subir neste mês, devido ao aumento dos juros básicos da economia há duas semanas: a taxa Selic passou de 18% para 21% ao ano.


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