São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gás deverá subir para indústria e comércio

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Especialistas do setor de petróleo ouvidos pela Folha avaliam que a Petrobras aumentará os preços do diesel e da gasolina em menos de 10% e que o botijão do gás de cozinha não terá, por enquanto, o preço alterado. Essa também é a expectativa dos distribuidores.
O setor espera um reajuste no início de novembro só para o diesel e para a gasolina, conforme a Folha apurou.
Apesar da defasagem estimada de cerca 70%, distribuidores de GLP, que não quiseram se identificar, afirmaram que a Petrobras já sinalizou que não vai mexer no preço do botijão de gás de 13 quilos. A estatal já teria informado, entretanto, que o preço do GLP para uso industrial e comercial subirá no começo de novembro.
O botijão de 13 quilos tem o preço controlado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) desde agosto. Um reajuste depende da autorização da agência.
Segundo Folha apurou, a Petrobras deve adotar reajustes escalonados, sem compensar de uma só vez a diferença em relação ao mercado externo. Motivo: o impacto na inflação, que já está pressionada pelo repasse disseminado da alta do dólar.
Considerando a variação do câmbio, o preço da gasolina tem defasagem de 25% em relação ao do mercado externo. No caso do diesel, a distância é de 37%, calcula o ex-assessor da ANP Adriano Pires, que leva em conta o preço que a Petrobras recebe pelos derivados.
Se for considerado o preço de venda do produto na refinaria, que embute também a Cide (o tributo federal dos combustíveis), a defasagem é menor. Como a Cide é um valor fixo, que não será alterado, os preços para os distribuidores estão atrasados de 12% a 13% para a gasolina e 19% a 20% para o diesel, diz Pires.
Para Marco Mateus, diretor do Sindicato dos Postos do Rio de Janeiro, a gasolina deveria ser reajustada em 17% na refinaria. "Mas a nossa expectativa é de aumento bem menor. Deve ser menos de 10%", disse.
Segundo a Folha apurou, na terça-feira da semana passada ocorreu uma reunião sobre o assunto entre representantes da Petrobras, da ANP, da Casa Civil e dos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia.
Foi discutido o escalonamento, mas nada ficou definido. Nem uma data precisa para o aumento. Oficialmente, o Ministério de Minas e Energia nega o encontro. A Petrobras informa que não fala do tema. Só diz que não há previsão de aumento.


Texto Anterior: Queda-de-braço: Reajuste chega a 77% e varejo faz ameaça
Próximo Texto: Dólar leva indústrias a planejar aumento nos próximos três meses
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.