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Gás deverá subir para indústria e comércio
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Especialistas do setor de petróleo ouvidos pela Folha avaliam
que a Petrobras aumentará os
preços do diesel e da gasolina em
menos de 10% e que o botijão do
gás de cozinha não terá, por enquanto, o preço alterado. Essa
também é a expectativa dos distribuidores.
O setor espera um reajuste no
início de novembro só para o diesel e para a gasolina, conforme a
Folha apurou.
Apesar da defasagem estimada
de cerca 70%, distribuidores de
GLP, que não quiseram se identificar, afirmaram que a Petrobras
já sinalizou que não vai mexer no
preço do botijão de gás de 13 quilos. A estatal já teria informado,
entretanto, que o preço do GLP
para uso industrial e comercial
subirá no começo de novembro.
O botijão de 13 quilos tem o preço controlado pela ANP (Agência
Nacional do Petróleo) desde agosto. Um reajuste depende da autorização da agência.
Segundo Folha apurou, a Petrobras deve adotar reajustes escalonados, sem compensar de uma só
vez a diferença em relação ao
mercado externo. Motivo: o impacto na inflação, que já está pressionada pelo repasse disseminado
da alta do dólar.
Considerando a variação do
câmbio, o preço da gasolina tem
defasagem de 25% em relação ao
do mercado externo. No caso do
diesel, a distância é de 37%, calcula o ex-assessor da ANP Adriano
Pires, que leva em conta o preço
que a Petrobras recebe pelos derivados.
Se for considerado o preço de
venda do produto na refinaria,
que embute também a Cide (o tributo federal dos combustíveis), a
defasagem é menor. Como a Cide
é um valor fixo, que não será alterado, os preços para os distribuidores estão atrasados de 12% a
13% para a gasolina e 19% a 20%
para o diesel, diz Pires.
Para Marco Mateus, diretor do
Sindicato dos Postos do Rio de Janeiro, a gasolina deveria ser reajustada em 17% na refinaria. "Mas
a nossa expectativa é de aumento
bem menor. Deve ser menos de
10%", disse.
Segundo a Folha apurou, na terça-feira da semana passada ocorreu uma reunião sobre o assunto
entre representantes da Petrobras, da ANP, da Casa Civil e dos
ministérios da Fazenda e de Minas e Energia.
Foi discutido o escalonamento,
mas nada ficou definido. Nem
uma data precisa para o aumento.
Oficialmente, o Ministério de Minas e Energia nega o encontro. A
Petrobras informa que não fala do
tema. Só diz que não há previsão
de aumento.
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