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MERCADO ABERTO
Aftosa é "apagão" de Lula, diz Delfim
O deputado Delfim Netto
(PMDB-SP) se cansou de
apostar no governo. Depois
de dar diversas idéias não
aproveitadas, Delfim não disfarça mais sua desilusão com os rumos tomados pelo governo,
principalmente na economia.
Para ele, a gota d'água foi o caso
da febre aftosa, que ele compara
à crise energética ocorrida no governo FHC. "A aftosa foi o apagão de Lula", diz Delfim.
Segundo ele, foram vários os
descaminhos do governo nesses
quase três anos, e a crise da aftosa, a seu ver, reflete o fracasso
dessa administração. "A cada dia
se tem uma desilusão terrível",
diz Delfim. "O que se vê é que todas as convicções que poderiam
produzir bons resultados foram
dizimadas pela demagogia."
Delfim acha que o caso da aftosa exige investigação profunda, a
começar pela qualidade da vacina. Além disso, acha que deveriam ser impostas multas aos pecuaristas, além de sanções a municípios, Estados e até à União,
por não terem evitado o problema. "A aftosa foi um escândalo."
Descrente de que o governo venha a adotar qualquer plano de
ajuste fiscal mais forte, como o
que começou a ser preparado na
semana passada pela equipe econômica e como o que ele propôs
há pouco tempo, Delfim acha
que o governo ainda se prende a
muitos mitos do passado.
Para ele, o governo ainda acredita, por exemplo, no mito de
que só pode crescer até 3,5% ao
ano; no mito de que, com o aumento do salário mínimo, pode
resolver o problema da distribuição de renda; no de que, com
4,25% de superávit primário, pode gastar mais em programas sociais; no de que a dívida pública
não tem efeito sobre as taxas de
juros e que, por isso, pode ter juro
real de 14% ao ano; e no mito de
que a taxa de câmbio supervalorizada aumenta a produtividade.
"Um governo que acredita em tudo isso tem que fazer uma pajelança eterna, e sem produzir resultado nenhum", diz Delfim.
O que mais o revolta é que o
país desperdiçou uma oportunidade única, de grande crescimento do mundo. "O Brasil ficou esperando a banda passar", diz
Delfim. "Quando o mundo murchar, nós vamos murchar mais
depressa ainda."
FED ENCOLHIDO
"Querida, encolheram o Fed." Esse é o título da capa da revista "Business Week" desta semana, que
trata da mudança no comando do
BC americano e afirma que Ben Bernanke irá presidir um Fed diferente,
com influência e relevância reduzida em relação àquele que Alan
Greenspan encontrou em 1987. Primeiro porque Bernanke pertence
ao time de economistas que defendem que os BCs devem se concentrar no combate à inflação e reduzir
seu campo de atuação. E também
porque os crescentes fluxos financeiros internacionais tornam mais
restrita a autoridade do Fed.
NEGÓCIOS À MESA
O Bistrô Charlô, nos Jardins, em SP, encontrou no
mundo corporativo um complemento para seus negócios.
O espaço anexo da casa tem
sido palco de reuniões de empresários, apresentações de
companhias e cafés da manhã
empresariais. Recentemente,
o restaurante implementou
uma mudança no cardápio
para adequá-lo ao gosto do
público que busca manter a
forma. A casa do chef Charlô
Whately, sócio também do
restaurante do Jockey Club,
criou um menu com pratos
leves para os dias de semana,
de olho, principalmente, no
público feminino. "Criamos
saladas para servir de entrada
ou prato principal", diz.
EMPREGO
O nível de emprego da construção pesada registrou alta de
2,01% em setembro, com a admissão de 664 trabalhadores, em
relação a agosto. Segundo o Sinicesp (sindicato da indústria da
construção pesada de SP), na
comparação com setembro de
2004, houve alta de 3,31%, com a
abertura de 1.078 vagas.
A ALMA DO BRASILEIRO
O celular foi o produto que mais mudou a vida do brasileiro
nos últimos anos, a internet, o segundo, e o computador, o terceiro. A maior facilidade ao crédito mudou pouco a vida do
brasileiro. Essas conclusões constam de ampla pesquisa quantitativa e qualitativa realizada pela agência de propaganda
Ogilvy Brasil em setembro. Foram ouvidas 900 pessoas, e o objetivo do trabalho, chamado de "Listening Post", é mapear a alma nacional. Segundo Sérgio Amado, presidente da agência, a
intenção é entender a cabeça do brasileiro para se comunicar
melhor com ele. A pesquisa é feita há 30 anos pela agência, mas
há dez não era divulgada. Pelo que se apurou até agora, o celular foi o produto que mais mudou a vida do brasileiro em todas
as classes (63% nas A e B, 68% na C e 50% na D). "O celular virou instrumento de trabalho", diz Amado. A internet teve 45%
nas A e B, 32% na C e 16% na D. O computador mudou para os
mais ricos (46% nas A e B, 21% na C e 11% na D). Já a facilidade
de crédito só foi importante para os mais carentes (11% na A e
25% na D).
DEFASAGEM DO AÇO
Os preços do aço no Brasil ainda estão 20% acima da média
mundial em razão da valorização do real. A conclusão consta
de um estudo elaborado pela
Abimaq (indústria de máquinas)
para mostrar as relações entre os
setores siderúrgico e o de máquinas. O trabalho, da economista
Patrícia Marrone, descreve o
comportamento do setor siderúrgico nos últimos anos, com
destaque para os fatores que influenciaram o custo dos insumos
para a fabricação de máquinas,
como produção, demanda, câmbio e preços internacionais.
DE OLHO NO PAÍS
Grandes grupos internacionais
começam a observar a abertura
do mercado de resseguros no
Brasil, prevista em projeto de lei
no Congresso. Executivos das
principais companhias do setor,
entre elas Swiss Re, Munich Re,
Mapfre Re e XL Re, desembarcam no Brasil de 8 a 10 de novembro para palestras na 3ª edição da Conseguro (Conferência
Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdência Privada e Capitalização), maior evento do setor
no país. O evento acontece no
Grand Hyatt, em São Paulo.
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